sábado, 1 de outubro de 2011

A montanha, o mar, a cidade de Carlos Rosa Mareira


Estava com amigos aguardando a abertura da bibleteria , numa fila para assistirmos uma peça teatral. Chegamos cedo. Então, papo vai papo vem , contei que estava lendo este livro . Logo no primeiro comentário, percebi que um homem que estava a nossa frente, virou-se e passou a fazer parte do papo, sem maiores cerimônias! Eu, apenas disse- estou lendo A montanha, o mar, a cidade , que é obra de um niteroiense e bem se sente logo no início da leitura, que o autor é gente boa.O homem então teceu esses comentários, sem fazer pontuação que desse oportunidade para que um de nós interferisse- :  tenho pensado muito a respeito dessa ideia - a pessoa é do bem. Se formos falar da classe política, chego a querer afimar, que é preciso uma lupa, para encontrar alguém que seja do bem. Se falarmos das religiões, dá nojo o que roubam, o quanto desrespeitam os mais desavisados... Se o foco for educação, já faz mais de meio século que há muito verbo e pouca verba! Quanto aos cuidados com saneamento básico, preservação do meio ambiente, o que vemos é uma extrema ganância dos empresários e políticos, cada um a g$nhar o seu e estamos conversados... Agora o mais grave é quando se fala de parentes e familiares... (ele então, deu umas boas risadas) às vezes você dorme com o inimigo! Ou então, fulano vem come na sua casa, dorme, participa dos assuntos da familia e depois, dá uma boa pernada ali, em alguém. Pior é quando um bandido desses, encontra na nossas barbas, apoio de quem não vê as coisas com a dignidade de que...
A bilheteria abriu, o senhor se apressou , comprou seu ingresso e partiu para dentro do teatro, longe de nossas vistas... Houve um silêncio e nós nos entreolhamos...
Bem, então fica aqui , o que teria dito. É que , logo no início do livro, Carlos avisa-" Vivi num tempo que, em muitos aspectos, foi idêntico ao do meu pai e ao do pai dele. Fui indireto contemporâneo de vidas muito antigas, longe, longe demais das digitais gerações." pag 37.
"E nós lá, um ao lado do outro, intercalando beijos e olhadas nas estrelas." pag 85.
Com doçura e saudade , Carlos nos encanta ao narrar suas histórias. Fosse como fosse, a vida era vivida em seus detalhes , com  atento e profundo olhar sobre  as coisas e a vida. Parece-me que o autor não só colecionou amigos. Também ,como que num pequeno diário, guardava suas memórias.O que se lê, são delicadas andanças pelo interior do mundo habitado por Carlos, que achou a dimensão exata , revelando-se um "pescador de sentimentos e emoções."

2 comentários:

  1. Também já li o livro do Carlos e tive esse mesmo sentimento seu.Uma pessoa de bem com a vida e acho que as pessoas assim são mais felizes e ajudam a semear e espalhar alegria por onde andam. Creio que estamos no caminho certo.
    Parabéns por se expressar tão bem tanto na língua escrita e falada quanto na pintura. Se puder, visite também meu blog:http://ritamagnago.blogspot.com/

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  2. Ainda não li o livro,só umas três crônicas.Mas os comentários sobre ele e o pouco que li, só fizeram aumentar meu carinho por esta bela Niterói da adolescência e juventude. Carlos parece que acorda nossas lembranças e as coloca bem diante de nós: um tempo de mar , vento e amar. Parabéns, Luzia, pelas pinturas, pelas obras da família e por seu blog.
    Abraços,
    Elô(Clube de Leitura)

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