segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Miguel de Cervantes



       
Nasceu em 29 de setembro de 1547 e morreu em 22 de abril de 1616. Poeta, dramaturgo, romancista e novelista espanhol, Cervantes nasceu em Alcalá de Heenares.
Embora que pouco conhecido no meio literário fez amizade com Tirso de Molica, Gôngora e Quevedo, que são escritores de sua época. Algumas de suas obras foram impressas várias vezes o que demonstrou ser um escritor bastante lido.. Dom Quixote, por exemplo foi publicada em um ano, mais de seis vezes. Feriu em duelo Antônio Sigura tendo que ir para a Itália, em 1569.
 Em 1570, combateu no front do Mediterrâneo, contra o ingresso dos turcos otomanos sobre a Europa. Na Batalha Naval de Lepanto,  vencida pelo Império Otamano, representou o fim da expansão islâmica no mediterrâneo. O combate durou apenas 3 horas.
 
 
Cervantes sofreu acidente, perdendo  os movimentos de sua mão esquerda. Naus turcas invadiram a galera El Sol, quando Cervantes voltava de Nápolis para a Europa. Fica preso com seu irmão em Argélia, capturado que fora por piratas. Seu irmão é solto mas ele permanece preso por cinco anos. Em 1584, volta a sua terra e casa-se com Catalina de Salazar, em Esquivias, um povoado de La Mancha. Aí se dedica ao teatro. Em 1585 publica seu primeiro livro de ficção- "A Galatea".
Para ajudar, já que não conseguia viver da literatura, trabalha como comissário real na esquadra da Invencível Armada. Sofrendo uma derrota em 1588, perdeu ali seu trabalho. Prosseguindo, ocupou-se com o trabalho de Coletor de Impostos. Aí foi acusado de desfalque. Preso, ficou três meses até que conseguiu provar sua inocência.
Em 1605, publicou a primeira parte de Dom Quixote.
Com votos de humildade e pobreza, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco e em 1615, foi publicada a segunda parte de Dom Quixote.

domingo, 22 de setembro de 2013

Canção sem metro- Conclusão


 Raul Pompéia escreveu Canções sem Metro. Ele é o precursor do verso livre no brasil, onde dominava a métrica parnasiana. Os poemas em prosa foram escritos a partir de 1883, em publicações periódicas. São 33 textos e em todos há epígrafe de um poema,  como o de Dante, Baudelaire, Shakespeare, Victor Hugo e muitos outros.
A última canção sem metro intitula-se "Conclusão".

Epígrafe de um poeta e teatrólogo francês de 1202

 
No mundo cada criatura,
Como que livro e pintura, É para nós espelho!
Da nossa vida, nossa morte,
Nosso estado, nossa sorte
Um símbolo fiel.
 
                           “Conclusão”:
Estrela, nuvem - nuvem que passa, estrela que arde.

Sobre o céu eterno destaca-se bem a antítese destas criações

diversamente efêmeras do Mistério. Supremo ensino das

cousas!

Em vivo contraste, sobre o fundo obscuro do tempo

intérmino - a nulidade real dos múltiplos aspectos

cambiantes das existências.

O céu, como uma fábula, tem esta moralidade.

Canção sem metro- A Noite

A Noite



... le ciel
Se ferme lentement comme une grande alcôve,
Et l'homme impatient se change en bête fauve.

C. Baudelaire

Chamamos treva à noite. A noite vem do Oriente como a luz.
Adiante, voam-lhe os gênios da sombra, distribuindo estrelas e pirilampos. A noite, soberana, desce. Por estranha magia revelam-se os fantasmas de súbito.
Saem as paixões más e obscenas; a hipocrisia descasca-se e aparece; levantam-se no escuro as vesgas traições, crispando os punhos ao cabo dos punhais; à sombra do bosque e nas ruas ermas, a alma perversa e a alma bestial encontram-se como amantes apalavrados; tresanda o miasma da orgia e da maldade — suja o ambiente; cada nova lâmpada que se acende, cada lâmpada que expira é um olhar torvo ou um olhar lúbrico; familiares e insolentes,dão-se as mãos o vício e o crime — dois bêbedos.
Longe daí a gemedora maternidade elabora a certeza das orgias vindouras.
E a escuridão, de pudor, cerra-se, mais intensa e mais negra.
Chamamos treva à noite — a noite que nos revela a subnatureza dos homens e o espetáculo incomparável das estrelas.

 
 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

1,[ parte do "O Ateneu" de Raul Pompéia



       
“ O Ateneu “ de Raul Pompéia- 1ª Parte

 

Com 11 anos, Sergio matriculou-se como aluno externo, no Colégio Ateneu cujo diretor, um renomado pedagogo de formação, muito se preocupava com a ética, a moral e os bons costumes. Era severo.

Passado pouco tempo o menino passou a ser interno no educandário. O diretor Aristarco era famoso por suas atitudes e seu empenho na educação dos meninos. Ele era ovacionado por ocasião das festividades que o colégio programava. Em muitas ocasiões aparecia para receber condecorações e o povo gritava Ateneu! Ateneu! P.42 O diretor tinha obsessão por sua própria imagem. Sergio sentia-se orgulhoso por estar em vias da conquista do desconhecido.

Era dia de apresentação dos exercícios de ginástica e ...” a bela farda dos alunos de botões dourados, infundia-me a consideração tímida de um militarismo brilhante, aparelhado para as campanhas da ciência e do bem.” P.43

Nesta ocasião tomou a palavra o professor Venâncio que enalteceu o colégio e disse estar o diretor abaixo de Deus. Isto deixou o menino

Sergio, muito impressionado.

O estilo do autor - o realismo e o impressionismo. De um tempo que passou interno, vendo e sofrendo todo tipo de crueldade, medo e ameaças, Sergio tornou-se um anarquista. Adotou comportamento que tentava banir de sua vida todo tipo de governo. Passou a não aceitar ordens, não reconhecer hierarquia, que não fosse aceita realmente.Sergio admitia que a organização seria importante, como também a ajuda mútua.

Os pais queriam seus filhos no Ateneu, onde receberiam dessa fonte espiritual.

“...a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida.”

Nas apresentações os alunos iam para o meio do campo e faziam perfeitas manobras e o professor também impecável, dava as ordens que os alunos obedeciam e logo após, faziam as apresentações nas barras.

“...tudo era um triunfo espetaculoso da saúde,da força, da mocidade.” P.47 O diretor era só simpatia e formosura. Um “...um ator profundo, realizava ao pé da letra, a valer o papel diáfano, sutil, metafísico, de alma em festa e do seu instituto.” P. 48 Só demonstrou tristeza quando seu filho, que era republicano recusou-se a beijar a mão da princesa. Seu pai não disse uma palavra mas retirou-o da festa com seu olhar. Quando anoiteceu houve toque de recolher e a noite houve baile. O Ateneu todo iluminado. Sergio foi com seu pai conhecer o diretor. Foram bem recebidos mas o que mais cativou o garoto, foi D. Ema que muito simpática perguntou  nome e idade- 11 anos. Ela na conversa com o pai de Sergio falou sobre a solidão que viviam os meninos no internato.

E Sergio comenta sobre o diretor: “Seus arroubos eram mentirosos e... No âmago de cada sorriso morava-lhe um segredo de frieza que se percebia bem.” P.54

Todos no colégio sabiam que Sanches era o explicador de Sergio e andavam sempre juntos” certo dia veio falar-me com voz colante e chegou sua boca no meu rosto.. Fingi que não entendera nada e a pretexto de buscar um lenço saí dali.” p. 78

 De todos os males que o colégio em sua pedagogia combate, o pior é a imoralidade. “Estejam tranqüilos os pais! No Ateneu, a imoralidade não existe.” P.56
E Sergio fala de seu pavor: “Eu, encolhido, fazia em superlativo a metáfora sabida dos varas verdes.” P. 56
As famílias enviam seus filhos aos colégios internos porque não consegue educá-los. Ao colégio os pais pedem severidade.
“Olhe um conselho; faça-se forte aqui, faça-se homem.” P.61 Os fracos perdem-se. Diante de uma repreensão ou de uma nota baixa, todos fartavam-se de desprezar. P.63
O caolho do Barbalho  abordava constantemente o Sergio, até que ele perdeu a calma e atirou-se sobre ele. Foi briga feia. Ficou com o nariz sangrando. O regente chegou  e Sergio estava chorando.Sentia saudade de casa. “...o abandono aparas das crianças sem lar que os asilos da miséria recolhem.” P.65 Na página 66, fala de dissabores e amargura. Alguém o empurrou na piscina e quase se afoguei, não sabia nadar. Sanches o salvou. “Depois entendi que o perverso era ele mesmo. Que se fez de bom e me salvou”. Embora sabedor disso, Sergio fez com ele amizade.
No Ateneu se andava em duplas para tudo, sempre sobre as vistas de um vigilante. Esse auxiliar era escolhido entre os alunos que eram os melhores nas diferentes atividades.
O diretor escolheu entre os alunos quem seria seu genro e esse prêmio foi para Rômulo.
“Depois que deixei minha ingenuidade, caí num vácuo profundo.”
“Eu desejava um protetor, alguém que me valesse, naquele meio hostil e desconhecido, e um valimento direto mais forte do que palavras.” P.69
“...sentia-me possuído de certa necessidade preguiçosa de amparo, volúpia de fraqueza em rigor imprópria do caráter masculino.” P.70
Sergio sentia-se pequeno diante da destreza dos outros colegas e foi Sanches que novamente veio salvá-lo. Aprendeu com o amigo geografia, gramática e mais todas as lições propostas em sala de aula. Sergio observou que ao lerem juntos, Sanches passou a ler muito junto dele, no seu livro e falava coisas ao seu ouvido com respiração cansada. Apertava os dedos de Sergio com firmeza e tinha gestos inoportunos. Quando alguém passava ele tomava outra atitude e isso foi o que chamou a atenção de Sergio. O amigo havia proposto que Sergio sentasse em seus joelhos e se não fazia o que fora pedido o amigo o ameaçava de não mais o orientar. “ Certo dia fez-me ouvir algo que remetia a ser ele um pretendente.” Sergio riu e entre os dois foi criando uma distância.

O diretor iniciou um curso de cosmografia e Sergio passou a freqüenta-lo. “Vêm, dizia, explicando, vêem a minha mão aqui? É a mão da Providência.” P. 79 O dia de entrega das notas era um terror pois era feito na frente de todos os alunos. “Descarregava com o livro às costas do condenado, agravante de injúria e escárnio à pena de difamação” p.82
O diretor passou a ler as notas de Sergio- “ Aquele sofrimento eu o desejava, na humildade devota da minha disposição atual.” P.83
Sergio passou a viver só e Sanches o ameaçava deixando suas pernas roxas dos golpes” ...as canelas me inchavam.” P.89
Franco era amigo a quem Sergio considerava. Percebeu que nesse dia ele fora condenado a não ir ao recreio e ficara de joelhos. Todos que passavam faziam algum mau trato até que ele foi empurrado caiu e chorou. De tanto copiar castigos, tinha calos nos dedos. No episódio de jogar cacos de vidro no lago para vingar dos colegas, seu intento não foi concluído devido as chuvas, quando os alunos não podiam tomar banho no lago.

Fui iniciado por Sanches ao Mal e a Punição por Barreto.
“... criança que comungava sem ter se confessado, foram passados em dois cilindros e reduzidos a pasta. Era um terror! Descreviam o inferno como se já tivesse visto.
Comecei a achar a religião insuportável. Rezava, estudava, jejuava e no final nota má! “Era um descrédito para o favor divino.” P.100

Um criado veio buscar Sergio que partiu calado para sua casa e ele foi pensando em falar co seu pai como era de fato a vida no colégio e pedir auxilio para reagir.
Após isso fez-se um anarquista. Para a reação desprezava prêmios e aplausos e todos viam a emancipação de Sergio. “Desenvolveu-se uma antipatia por mim, que era como uma consideração.”

Certo dia o jardineiro da casa do diretor entrou com barra de ferro e matou o criado da casa por causa do amor de Angela que dizia amar os dois. Alguns alunos foram até a copa para verem o morto, mas foram chamados pela sineta. Sergio ficou ali pois queria ver um morto.p.110 “Angela passou e eu a apreciei e ela “ ... consciente da formosura, abusava.” P.111
E Sergio descreve Angela para seu amigo Barreto:
“...aquela virtude, aquela meiguice, aquela esquiva candura, aquela nubilidade melancólica, aquela fisionomia honesta, pesarosa talvez de ser amável, fendia-se em dois batentes de porta mágica e rodava em explosão o salvert das lascívias.” P.111
2ª Parte  “O Ateneu”ª de Raul Pompéia
A matrícula de Nearco da Fonseca, um grande ginasta, veio trazer algumas mudanças na rotina do colégio. O novo aluno fez belíssima apresentação nas barras sendo bastante aplaudido. Na retórica Nearco era também muito bom. O conhecimento literário que possuía aumentou seu prestígio.


“ O gesto incisivo, mais a facúndia desimpedida, mais o talento histórico dos paralelos, consagrou a primazia do gremista.” P. 118
O presidente da sociedade, Dr. Claudio era quem em sessão solene pronunciava enorme discurso, era o pronunciamento oficial.
Sergio não tinha pendores para os jogos : queimado, bola de gude, bocha, exercícios de competição nas barras- seu divertimento era ler na biblioteca. Lá fez amizade com Bento Alves e Júlio Verne. Sergio cita todos os autores que lia. P. 119 Bento Alves era forte e bravo, tinha 18 anos e Sergio diz que o estimava femininamente. Bento o orientava sobre literatura e ameaçava quem pudesse desrespeitar “seu irmão adotivo.” P. 121
Na 1ª sessão do grêmio Dr. Claudio falou sobre literatura desde Gregório de matos até José de Alencar. Na 2ª sessão falou sobre arte em geral. “Arte, estética, estesia é a educação do instinto sexual.” Falou também sobre o desejo de nutrição; início da humanidade; guerras; violência; de Adão; sexo e paradoxo; arte da eloqüência. Faz a pergunta:
“Qual é a missão da arte?... além de inútil, a arte é imoral. ...cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana- acima dos preceitos que se combatem acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase.” p.132
Alves passou a cercar Bento de atenção, oferecendo presentes, acompanhando-o por toda parte, mandou flores e ainda noutro dia chegou um bilhete dizendo por onde andava.p. 134
Sergio sente tédio no colégio e esse sentimento cresce no período das férias.
Comenta sobre jogos de cartas proibidos; faz belo comentário sobre coleção de selos: “retangulares, octogonais, redondos, elipsóides, alongados verticalmente, transversalmente, quadrados, lisos, dentados, antiguíssimos ou recentes, ingleses, suecos, da Noruega...p.137
Sobre a brincadeira que davam pequenas pancadas que eram os códigos, sinais que falavam, ela foi descoberta por Silviano que acabou com aquela quantidade imensa de fios, que constituía o telégrafo. Isto ajudou a aumentar o tráfego de bilhetes entre os colegas.

Em época de férias são maiores os sofrimentos. P. 140 O papagaio solto na rua, visto do pátio, pelos alunos, meninos cativos.
Narra o desentendimento com Rômulo.
Sobre a exposição dos desenhos: “Eu fizera o meu sucessozinho no desenho, e a garatuja evoluíra no meu traço, de modo a merecer encômios.” P. 149 Trabalhou no desenho vários dias sem ser merecedor de moldura como aconteceu com os melhores. O pior foi vê-lo na parede exposto e riscado. Ele o arrancou e rasgou. P. 150

3ª parte –“O Ateneu” de Raul Pompéia
 


Sergio passou a perceber como era na realidade o colégio onde estava internado; o despotismo da administração. Passou também a sentir e entender que os limites que sofria em sua própria casa, o faziam um escravo. O que salvava, para ele eram os passeios, quando saíam do colégio pela madrugada e iam caminhando até o Dois Irmãos, caminho pelo Corcovado até chegar a Caixa D’água. O diretor convocava nessas ocasiões a banda de música que animava os alunos nessa prazerosa atividade.
...”Na volta estavam suados... enquanto reverberava o dia lá em baixo, sobre as casa, pelos jardins nublados da vaporização de estio, sobre a vegetação das montanhas e florescer das tristes flores da Paixão da aleluia.” P.155
Faziam outro passeio que Sergio considerava maravilhoso: era no Jardim Botânico e lá era servida a refeição, organizada pelos pais dos alunos. p.160. Mas parecia que era preciso estragar esses bons momentos, sempre com punições. O diretor convocou os alunos para o pátio e com voz grave comunicou que a imoralidade havia entrado naquela casa. Ele tinha nas mãos uma carta assinada por Cândida e nela estava escrito um poema de imoralidade. É que o colega Cândido havia feito uma estripulia, mas ninguém o denunciou. O diretor fez ameaças e prometeu punir ufanando-se de perspicácia de inquisidor. P.161
Havia medo e pavor
Sergio sempre fazia o caminho da Biblioteca e numa dessas vezes, encontrou seu amigo protetor Bento Alves, que sempre o espreitava. Desta vez percebeu que “...seus olhares denunciavam um reflexo assustador de loucura em seus traços.” P. 162 Sergio preocupo-se com essa aparência do amigo. Já vinha percebendo que Bento falava coisa em seus ouvidos para fazer graça r que certa vez beijou-o quase na boca. Certo dia Bento lançou-se sobre ele e este alcançou um sapato e atingiu-o por várias vezes no rosto, na boca, na cara. Com aquele barulho o diretor acorreu ao local mas bento escapou rapidamente todo sujo e machucado. Quando perguntado sobre o que acontecera, Sergio respondeu que estava tudo bem, embora que estivesse todo sujo também. O diretor sentindo-se enganado, agarrou Sergio e o sacudia, dizendo ser ele um insolente, um desgraçado. Naquela situação Sergio arrancou alguns fios do bigode do diretor, que retrucou : “Eu posso matá-lo!”
“Ah! meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai e os parricidas serão malditos.” P. 163
Sergio ficou tão assustado, nervoso e culpado, que desatou a chorar. À partir dessa hora aguardou o castigo que não veio.
Quanto a Cândido não teve a mesma sorte. Todo os alunos foram chamados, cerca de 3000, todos os professores e encarregados e o diretor pediu que Cândido Lima se levantasse e então com voz grave disse à todos: “Apresento-lhes, meus senhores, a senhora D> Cândida, acrescentou com uma ironia desanimada.” P.164 Chamou depois também Tourinho que era o cúmplice e depois convocou os auxiliares que ajoelhassem no centro da sal.
“Estes são os acólitos da vergonha, os co-réus do silêncio.” P.165
O boato é que todos apanharam.
Ouve-se no pátio tremendo barulho, os alunos aos faziam aos gritos de revolta um veemente protesto. Muitas vais, um tumulto geral. Os inspetores chegaram e foram recebidos por uma chuva de goiabada mole de bananas. O diretor reunir seu estafe e não sabia se punia ou expulsava. Expulsando poderia falir.
Era hora da ceia e soube-se que o diretor havia se rendido. Diante dos alunos mandou vir muitas latas vazias de goiabada legítima de Campos e apresentava-as aos alunos dizendo que “quando quiserem podem reclamar porque aqui estou eu vosso pai.”
Quanto ao seu colega Egbert, Sergio considerou que havia conhecido o que era a verdadeira amizade. Estavam sempre juntos, iam ler no prado onde deitavam suas cabeças um nas pernas do outro, falavam de todos os assuntos e tinham muitas afinidades.
Da ociosidade gera o vício de sentir.
Com Sanches: escravidão preguiçosa da inexperiência e do temor.
Com Bento Alves: do lado de Sergio havia gratidão, vaidade feminina de dominar pela fraqueza.
Egbert- foi amigo e merecia de Sergio a ternura de um irmão mais velho.

O autor faz uma levantamento de todas as leituras feitas por Sergio e seu amigo Egbert. Sofreu quando o amigo foi chamado pois estava envolvido num processo. p 173
.Quando Sergio, por prêmio foi convidado a ir a casa do diretor sentiu-se muito bem acolhido por Ema que lhe deu toda atenção, segurava suas mãos e Ele mal podia olhar para ela.
Sentir-se homem e a amizade com Egbert embora que continuasse, passou a ser mais superficial e acabou esfriando.p.176
Época de provas. Fala do terror dos alunos. Sentia febre e palpitações. Sem apetite nem sono. Fala de todos os aparatos sociais contra uma criança. P.178 descreve os examinadores, o ambiente  e o desespero dos alunos.
Narra o sonho que teve com Ema e como ficou bem ao acordar.
Continuava cordial com Egberto, mas sentia que faltava algo “...como se houvesse em mim uma selvajaria amordaçada de afetos.” P.181
Sergio foi transferido para o dormitório dos mais velhos. Muitas vezes não sentia vontade de descer para o pátio e ficava silencioso em sua cama ouvindo a conversa dos colegas, dormindo ou pensando impaciente: “Que desejava eu?” p.182 Quando às vezes descia...”e eu cruzava de passos frenéticos o pátio, sôfrego, acelerando-me cada vez mais, como se quisesse passar adiante do tempo.” P. 182
Nos comentários dos colegas “chamavam-me a mim o Sergio do Alves”. P.183
Fala dos homossexuais, fala de Angela e conta sobre as saídas furtivas que de dois a dois os colegas desciam por lençóis retirando grades da janela para passeios no jardim. Sergio teve anciã de denunciá-los mas não o fez. Também não tinha coragem de agir como os demais. Então pensou em vingar-se de Rômulo desde aquela briga passada e no dia de ficar de guarda para o colega sair para o passeio da madrugada, Sergio esperou que Rômulo descesse e retirou os lençóis e fechou bem a grade da janela, deixando o colega lá embaixo que gritava por todos que dormiam. Era noite de chuva forte e o diretor o encontrou em estado lastimável, Não houve punição pois Rômulo era candidato a genro do diretor. P.186

O autor narra novamente outro discurso do Dr. Claudio,  abrangendo todos os assuntos e sempre finalizando com lições de moral “...o internato é útil; ...os caracteres que triunfam trazem ao entrar, o passaporte do sucesso, como os que se perdem, a marca da condenação. ...Erro grave combater o internato.” P. 190 Durante esta conferência Sergio lembrava-se do amigo Franco. Em várias ocasiões o colega estava preso, por ter notas baixas ou alguma peripécia. Saiu dali, entrou em lugar úmido cheio  de sujeira e ratos e lá estava Franco, com febre e em estado lastimável. Foi ao encontro do diretor e narrou o quadro em que se encontrava o amigo e meus terrores. Quando chegou no domingo, Franco estava morto. “...não convinha ao colégio o aparato de um grande enterro, pregão talvez de insalubridade.” P.192  Mas com essa morte, alguns alunos com febre foram para suas casas.
Pouco tempo depois o Ateneu estava em festa. O diretor recebeu de presente o seu busto em bronze, diante de quatro mil pessoas. P.193 O busto foi coroado e quando teve oportunidade o diretor arrancou-lhe a coroa e lhe ocorria o seguinte pensamento: “O monumento prescinde do herói, não o conhece, demite-o por substituição, sopeia-o, anula-o.” p.203

Sergio teve febre e Ema cuidou dele. Deu alimentação, carinho e estava sempre presente ao seu lado. O pai e todo a família de Sergio viajaram para a Europa, deixando o menino por conta do diretor. “Éramos os reclusos das férias.”
“... forrou-me a língua um sabor desagradável de castanhas cruas. Seria isso o gosto do aborrecimento? P.207

Sergio foi melhorando e com isso perderia o carinho, a companhia de Ema, que era como uma mãe. Mas aqueles belos momentos foram tragicamente cortados com gritos de FOGO! O Ateneu ardia em chamas.


Entre os reclusos de férias estava o Américo vindo da roça e era como uma fera. Ele desapareceu e depois voltou com o pai, o correspondente e um criado. Foi pedido ao colégio que contra ele houvesse toda a severidade.
O colégio foi invadido por pessoas que socorriam, jogavam água até que chegada dos bombeiros.
O diretor à princípio meio atordoado achou que seria melhor mudar sua atitude e aceitava com dignidade “...o rigor da sorte.” p. 215
Sergio soube que o incêndio fora proposital e que Américo, o mais revoltado dos alunos reclusos nas férias, havia rompido o encanamento de gás.
Ele desapareceu e também Ema. p.217

 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quem foi RAUL D'ÁVILA POMPÉIA?




                             
                                QUEM FOI RAUL D’ÁVILA POMPÉIA?

                          
Raul Pompéia nasceu em Angra dos Reis, RJ. ( 12 de abril de 1863- 25de dezembro de 1895).
 Seu pai era homem de posses e advogado.
 Fez seus estudos até o secundário no Rio de Janeiro, no Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas. Médico formado em 1847 no Rio de Janeiro, mas que seguiu seu talento como educador, lançando várias obras pedagógicas , fundando em 1845 o Instituto Literário da Bahia, (como se fosse uma Academia de Letras), promovendo saraus, roda de leituras e discussão de ideias onde eram convidados os escritoras e pessoas que apreciavam o movimento literário da época.
Abaixo, o Colégio Abílio Cesar Borges, fundado e dirigido pelo educador.




 Nesse colégio redigiu e ilustrou o jornal “O Archote”. Completou seus estudos de humanidades no Colégio Pedro II e ali publicou seu primeiro livro em 1880, que fora escrito no Colégio Abílio, sob o título “Uma tragédia no Amazonas”, obra romântica com final trágico. Neste mesmo ano passa a demonstrar seu espírito crítico e rebelde, participando de manifestações e no folheto “Um réu perante o povo”, publica suas inquietações.
Cursou Direito em São Paulo e concluiu o curso em Recife, onde teve intensa atividade intelectual, escrevendo uma série de divagações sobre a vida, dentro de uma filosofia pessimista e amarga, com o título “ Alma Morta”.
Idealista combativo engajado no movimento abolicionista e nas questões políticas, proclamando sempre ideais republicanos.
Colaborou com José do Patrocínio na Gazeta de Notícias, onde publicou seus escritos: poemas em prosa, intitulados “ Canções sem Metro”, que veio a ser publicada como livro em 1900. (obra póstuma)
Romancista, contista, cronista, jornalista, funcionário público, foi também professor de Mitologia na Escola de Belas Artes e em 1894, foi Diretor da Biblioteca Nacional.
Em 1888 escreve “ O Ateneu “, que para os críticos retratava a situação política e social do Brasil. Viveu no período dos últimos anos da Monarquia, da escravidão e o início da República, em 1889. No “O Ateneu”, relata sua história dos dois anos estudando no Colégio Abílio, onde os alunos viviam em constante julgamento, sendo Sérgio (o autor) o narrador já adulto. Em sua narrativa denuncia o regime patriarcal em que “ o senhor do engenho e o dono de estância são substituídos por um diretor de colégio”.
Na obra, faz vários comentários sobre a doçura feminina dos colegas e até dele mesmo, quando retrata o “engomadinho”, o Almeidinha p. 70, o Cândido, Sanches e “ eu desejei um protetor, alguém que me valesse...”p.120
Há quem atribua o seu modo, as vezes, negativo de escrever às suas próprias frustrações na política e na vida pessoal. Mas há também imagens traçadas de forma romântica e lírica. Belas narrativas que compõem paisagens, decoração de ambientes e sobretudo quando nos conta sobre a beleza de Emma, a mulher do diretor- “formas alongadas por graciosa magreza, erigindo, porém, o tronco sobra quadris amplos...”
Raul Pompéia  tinha o estilo de prosa literária característica do realismo (1881-1902), pensou-se a princípio que pertencesse ao Naturalismo, depois falou-se em realismo e também em impressionismo, onde une a plasticidade de sua narrativa ao uso da primeira pessoa, ausência de conectivos, retratando a psicologia dos personagens na vida infantil e sempre recorrendo a memória.
Prédio de 40 janelas que a noite parecia um castelo fantasma.
Inquieto e extremamente sensível, Pompéia sentia-se muitas vezes só, abandonado, injustiçado e deprimido.
Encorajado talvez por seu pai, que ouvira suas histórias de horrores no internato, tornou-se um anarquista, juntando-se aos colegas, ainda muito novo, convocando-os para lutarem contra o autoritarismo, numa ação que rejeitava tudo que lhes fosse imposto sem que pudessem opinar. Quando adulto e desenvolvendo sua forma crítica de ser e agir, continuou com suas atitudes denunciando a coerção e importando-se mais com a ajuda mútua, Era a favor da ordem e da não violência.

domingo, 7 de julho de 2013

O DUPLO de Dostoiévski




   O DUPLO de Dostoiévski

O Duplo de Dostoiévski
O criado vestiu seu uniforme verde, pegou o chapéu e seu amo perguntou sobre suas botas e a carruagem azul com brasões. O amo também já havia se vestido e rumaram para a avenida. Este feliz e preocupado olhou pela janela, rapidamente, se esquivou pois passava também ali dois colegas que eram funcionários da repartição em que servia. Nosso herói também foi visto pelo senhor Andriêi Filíppavitch, seu chefe na repartição.Tinha sua mente cheia de perguntas e dúvidas sobre se se dava a conhecer ou se fazia que não vira e resolveu optar por “não sou eu.”p.16 Depois pensou que poderia dizer que também fora convidado para o jantar. Assim, disse para o cocheiro que retornasse para Litiêinaia, pois teria algo à dizer para seu médico Cristian Ivanovicth. Subiu até o andar e puxou a sineta. P.18 Diante de seu médico sentiu-se todo desconcertado e disse que mais uma vez o incomodava no que seu médico argumentou que nosso herói deveria mudar de hábitos:”Fazer visitas aos amigos e conhecidos e ao mesmo tempo não ser inimigo da garrafa  conviver com grupos divertidos e ir ao teatro.” P.21
Nosso herói disse que era isso mesmo que queria saber: se seu médico agia assim. O paciente disse que gostava do silêncio e não apreciava o burburinho da alta sociedade, alegando ser um homem simples, passando a fazer comentários sobre seus talentos e qualidades. Por fim perguntou ao médico como ele vingaria com uma pessoa sua inimiga. O médico disse que não tinha tempo a perder e que só ajudaria no que fosse possível e foi pegando seu receituário para redigir um atestado. P.25 O paciente disse que não se tratava disso e começou a tremer. Eles se atracaram e estavam completamente fora de si. Até que o médico disse para o paciente se acalmar. Este argumentou que tinha muitos inimigos e que eles queriam arruinar a vida dele, no que o médico pergunta quem são esses inimigos. O paciente ao retirar-se foi advertido pelo médico para que continuasse a tomar seus remédios. O paciente, nosso herói falou de Vladímir Semeónovich, colega que fora promovido e que inventava muitas fofocas. Ao sair da consulta sentiu-se feliz, tomou a carruagem e partiu rumando para a avenida Niévski. Parou numa galeria de ricos e foi a loja de prata e ouro, fez várias compras e não deu dinheiro algum, prometendo voltar; foi também a loja de móveis. Perto das três horas voltou levando sua compra: um par de meias e um perfume. Ao fazer um lanche foi surpreendido por dois colegas da repartição e nosso herói perguntou se o urso continuava lá. Os colegas perguntaram quem era e ele respondeu: O senhor Andriêi. Os colegas disseram que ele, o chefe, perguntava muito por ele. Mas o senhor está todo perfumado! Virou almofadinha? Nosso herói respondeu com muitas palavras fazendo seus colegas caírem na risada. P.38
Caminhou até a casa de Olsufi, viu uma mulher na janela e lhe jogou beijos. Parou a carruagem subiu e perguntou se o senhor Olsufi estava. Não e não tenho ordem de deixá-lo entrar. Mas fui convidado para o jantar! Mas o senhor não vai entrar. “Disseram que não podem me receber?” p.40 Saiu dali transtornado e tomando a carruagem pediu ao cocheiro que o levasse para casa. No caminho, deu ordens para que retornasse, parou numa taberna e jantou.
Dispensou a carruagem e foi caminhando para a entrada de serviço da casa de Olsufi e de lá ouvia vozes, e  observava que dançavam. Pensou como era importante ter objetivo e procurou meios de alcançá-los. Viu que mais pessoas entravam na festa e resolveu fazer o mesmo, entrando na sala de chá. P.53
Ao aparecer no salão de baile, viu as pessoas se movimentando mas só tinha olhos para Clara, a filha de Olsufi e a ela se dirigiu no que foi apartado por Andriêi. Desconcertado saiu dali. P.56 Pensou que esses acidentes acontecem com qualquer um e que aquilo não era nada. Sentiu que ia cair mas segurando em duas cadeiras, disse para um tenente ao seu lado que guardava as cadeiras para Clara e a outra princesa. Percebeu que todos o olhavam. Clara cansada sentou-se numa poltrona e nosso herói aproveitou e lhe estendeu a mão. Clara não pode recusar e ele a tirou para dançar. Clara assustada gritava e todos vieram acudi-la, no que nosso herói dizia:” e por que não? “ p.62 Alguém o conduziu para fora e na escada tropeçou e pareceu que caía num abismo. Súbito percebeu o que havia acontecido, saindo dali sem rumo. Era meia-noite em Petesburgo e ele foi correndo até o cais da Fautanka. Era noite fria e a chuva caia nele como se fossem espinhos. Dirigiu-se ao seu apartamento e quem o via nesse torpor imaginava que ele tentava esconder-se de si mesmo e tinha vontade de virar pó. Perdeu sua galocha e depois a outra mas correndo não parava para pegá-las. Num momento sentiu alguém ao seu lado e se perguntou se aquilo era impressão dele. p.67. Ao longe ouviu-se um tiro de canhão e alguém se dirigiu a ele e depois sumiu dentro da névoa. Então nosso herói pergunta: “será que enlouqueci de fato?” p. 69 Uma pessoa estava ali por perto mas ele nem queria pensar nem diria o nome dessa pessoa. Nesse instante ele já era um homem a beira de um precipício, de um abismo. Pensou que antes que chegasse à casa algo de ruim iria acontecer. Corria. Um cão o acompanhava e mais à frente veio o desconhecido, que caminhava na mesma direção que ele. Tocou a sineta e o criado apareceu. Ele correu até seu quarto e o desconhecido estava sentado em sua cama. Aos poucos foi reconhecendo que o amigo noturno ERA ele MESMO.. Era Seu DUPLO, em todos os sentidos... p.74
As oito horas do outro dia ele despertou e todos os acontecimentos do dia anterior vieram a sua mente e tudo era tão estranho que chegou a pensar se  aquilo não seria delírio.
Pensou que aquela gente estava preparando algo contra ele e  se iria trabalhar, mas achou melhor não, esperando que melhorasse e depois chegaria de supetão, como se nada tivesse acontecido. De repente vestiu-se  e foi para o trabalho e lá sua inquietação a respeito de algo capaz de ofendê-lo era muito grande. Logo chegou alguém que se apresentou e que iria sentar-se bem perto de nosso herói. E para sua vergonha, quem estava a sua frente ERA ELE MESMO p.82 Era de modo tão idêntico que ninguém iria perceber quem era o verdadeiro e o falso. UM ESPELHO? Será isso verdade ou é uma continuação de ontem? Será que estou tendo visões? P.87
Seu colega Anton perguntou se estava tudo bem no que ele respondeu que sim mas que havia um funcionário novo que “se perece comigo”. Com o mesmo nome... Anton disse para nosso herói procurar um médico. Mas ele não se parece comigo?  Anton diz para não se preocupar pois isso aconteceu também com sua tia. “Na hora de sua morte ela também se viu desdobrada...” p.87 Nosso herói achou melhor se posicionar já que ninguém fazia nada e terminado o expediente esperou para ser um dos últimos a sair,  sentindo-se renovado. Estava feliz e se perguntava que problema havia de ter alguém igual a ele na repartição. Não ligo e basta! “Que ele trabalhe esse IRMÃOS SIAMESES.” p.93 Nisso olhou para o lado e não era ilusão... seu conhecido caminhava , sorria, e assim deram uns cinqüenta passos até que passaram a conversar. P.94  Mas nosso herói sentiu-se incomodado de estar falando na rua e convidou o outro para ir a sua casa. O criado abriu a porta e ambos entraram. O mordomo chegou e olhou para o lado oposto onde estavam e perguntou se já era hora de servir o jantar para dois. Nosso herói perguntou ao colega qual era o nome dele e então ouviu: Yákov Pietrovitch!. Sou seu xará e preciso de sua ajuda pois sou um “indigente nobre, metido num fraque...”p.97
Terminado o jantar o outro passou 3 horas contando sua vida de misérias o que comoveu nosso herói que em nada era contrariado pelo visitante.p.100 Nosso herói estava feliz mas ainda algo o incomodava e era a festa na casa de Osulfi mas resolveu esquecer aquilo e comemorar. Vamos viver como amigos e faremos algo para chateá-los. Não confie neles. Venha morar comigo seremos amigos íntimos e vamos passar a perna neles. p.102 Animados na conversa nosso herói foi até ao criado dispensando-o do trabalho- ele poderia ir dormir.
Viu que o hóspede já dormia, foi para sua cama e deitou-se. P.107 Acordou cedo e  seu hóspede já havia saído e nem viu a cama  que o outro havia  dormido. Perguntou ao criado onde? Onde?  O mordomo a certa hora disse: “O AMO NÃO ESTÁ EM CASA.” P. 109 Mas seu amo sou eu; o outro saiu. Nosso herói ficou pensando se tratar de uma emboscada  e que seu hóspede estava em missão especial. P.111 Seu chefe perguntou ao outro se já havia concluído o trabalho e ele disse que sim . Nosso herói passou a fazer considerações desconexas ao senhor Anton e ele não entendia nada e então foi mais claro e falou da MÁSCARA. P.114 E perguntou a Anton se era difícil saber quem era mascarado. Anton disse que não  e nosso herói diz: “ESTOU FALANDO DE MIM que só uso máscara quando tenho necessidade dela.” P. 115 Quando ouviu passarem seu gêmeo e Andriêi, nosso herói concluiu pela conversa deles que ali havia uma trama. Assim pegou seu gêmeo e lhe falou “Não sei, meu caro senhor de que maneira seu jogo é medíocre!” e o gêmeo pegou as bochechas dele e disse meu amor! E fez-lhe cócegas dizendo gracinhas e deu também um piparote na barriga de nosso herói e todos estavam ao redor observando. Depois ficou mais ocupado com o trabalho e saiu dizendo “em missão especial.” P.121 POR FIM VOLTOU A SI. Pensou que aquilo era um conluio e que estavam contra ele. Tentando reagir pensou: “Não me escaparas.” P.121 Ao sair do trabalho sentiu-se só e sem condição de voltar para casa. Encostou-se num poste e pareceu que tudo estava morto para ele. P.125 Mas não queria se entregar e pensou que o perigo existe e o difícil será enfrentá-lo. Será que não é melhor largar tudo de mão? Pensava que até a natureza se armava contra ele. Se alguém disser que para eu ser feliz teria que lhe dar meu dedo eu o faria mas não vou ficar choramingando é preciso agir. Então partiu para a casa do senhor Andriêi. Depois pensou que seria melhor deixar para amanhã, quando a porta se abriu e o criado disse que senhor Andriêi não estava e que não viria para almoçar. Nosso herói dispensou a carruagem e foi andando ao encontro de Andriêi que estava num restaurante almoçando. Pelo caminho pensava no gêmeo, sua chegada, a procura do emprego. E ele é a cópia de um outro homem. Chegou a supor que aquele era mesmo seu gêmeo e a providência Divina criou dois seres e eles dois foram aceitos naquela repartição. Claro que seria melhor não ter nada disso. Mas ele é um patife e eu sou honesto e portanto mereço ser PROMOVIDO. Lembrou-se que não almoçara e que não havia jantar nenhum naquela noite em casa de Olsufi.p.132
Entrou num restaurante pediu um pastel e  sentou-se num canto e quando foi pagar o balconista não aceitou aquele dinheiro porque disse que ele havia comido onze pastéis. Bom se é assim pago onze e ao pegar o dinheiro ele percebeu a bruxaria: numa porta a qual nosso herói confundira com um ESPELHO, estava um homem, o seu gêmeo. Ele sorria para nosso herói e lhe fazia sinais e ele sairia pela porta dos fundos... p.134
Nosso herói foi até a sua casa, sentou-se no divã e pensou em escrever uma carta para o gêmeo pois este havia chegado na repartição e entrou no círculo de suas amizades; o senhor raptou meu nome para receber atenção de meus superiores. P.135 terminada a carta pensou que foi preciso um documento escrito e a culpa é dele , pois estou no meu direito. Chamou o criado e disse para ele procurar o funcionário Vakhramêiev e saber onde mora o conselheiro titular, o novato, para entregar esta carta para ele. Depois pensou que ele mesmo deveria ir  e foi entrando no pátio da casa de Olsufi lembrando-se que não era ali que queria ir. Rumou para seu trabalho com a carta mas chegando perto perguntou-se “Epa! O que vou fazer ali?” p. 139
Foi para casa e seu criado não havia chegado. Esperou, pensou e dormiu.
Quando acordou foi procurar o criado perguntando a quem ele havia entregado a carta e o criado retrucou que não havia levado carta alguma. Você foi ao departamento? Não eu não fui lá. p. 142 Mas você perguntou onde ele mora? No 4º andar. Mas nesse endereço moro eu. Depois de muita conversa viu o mordomo dormindo e sobre a mesa havia uma carta endereçada a ele. Então leu a carta. p. 148 Dizia na carta de uma dívida da compra de uma navalha, que comprou quando morava conosco, a sete meses atrás. O senhor perdeu a reputação e tornou-se perigoso. Suas palavras são uma farsa e sua aparência é suspeita. Depois de terminada a leitura ficou ali no divã e pensou que no outro dia resolveria o caso.
Estão fazendo intriga comigo. Pegou a caneta e respondeu a carta.p.150
Nela conta como é triste ver-se caluniado, diz que quer saldar uma dívida com Carolina Ivánovna e que ela lhe calunia e que ele gostaria de resolver essa questão pessoalmente.
Nessa noite dormiu mal e estava arrasado ele sentia-se no meio de muitas pessoas e seu gêmeo fazia intrigas e ninguém acreditava em nosso herói. Todos caiam nas graças de seu gêmeo que era um lambe botas...p.156
Um dia várias pessoas saíam do chão e todas eram iguais ao gêmeo e assim ele acordou gritando”Isso na vai acontecer!” e acordou inteiramente. p. 157 Percebeu que a carta em resposta a do amigo não estava ali e que seu mordomo também não estava e pensou que ele fora para o covil daquela alemã. Mais tarde escreveu ao gêmeo, dizendo para  se afastar e deixar o caminho livre e que caso ele não cumprisse esta determinação , nosso herói recorreria às pistolas. p. 161 Foi com essa carta ao departamento, encontrou alguém que não dispensaria uns trocados. A ele perguntou se todos os funcionários estavam na repartição. Se falaram dele e se não havia uma carta para ele ali. E se estavam tramando algo a seu respeito. O escrivão diz que chegou um funcionário para ocupar seu lugar. Puseram no meu lugar um judeu? Disse que hoje não trabalharia, pois só veio assuntar. Ficou esperando o escrivão para saber as notícias e sentiu que o mesmo estava demorando. Observou seu gêmeo que levava uma pasta verde e estava em missão especial.
Na volta do escrivão, nosso herói lhe entrega uma carta para o senhor Galyádkin. Numa entrada percebeu vozes e alguma coisa confusa para mais tarde pensar que tudo acontecia como se fora um SONHO. p.171
O gêmeo chegou apertou a mão de nosso herói depois passou a limpar seus dedos com um lenço, dizendo para todos : esse é o nosso Faublas. P. 172
Correu pela rua e de repente encontrou no bolso uma carta endereçada ao nobre benfeitor e falava de seu amor e que iriam se encontrar as 9 horas e depois escreveu que seria às duas da madrugada.  p.196 Era uma carta de Clara.
Disse para o criado que estava tudo acabado entre eles e com o senhor não quero continuar. Deu-lhe dinheiro e disse: !Agora nos beijamos, irmãozinho, digamos adeus...” p.198
Nosso herói quer agora ficar sem seu criado para que ele não atrapalhe o tal encontro com a filha de Olsufi. Quer preparar uma carruagem, comprar uma roupas e fazer sua mala. Conseguiu falar com V.E. e de tantas coisas desconexas, teve que ser retirado dali. Foi para um cantinho da escada de onde poderia ver a janela de Clara para o sinal e depois pensou que escondido não poderia ser visto por Clara. As janelas da casa estavam abertas e ele chegou a pensar que teria confundido a data. Querendo se certificar procurou no bolso a cata mas não a encontrou. Trêmulo pensou que Clara poderia cair na mão de um embusteiro e lembrou-se logo de seu gêmeo e imaginou que ele teria pego a carta. O cocheiro que o esperava fazia um tempo, perguntou se já era hora de partirem mas nosso herói disse que iria esperar mais um pouco. P.217
Fazia conjecturas onde iria morar com a mulher e seu sonho era ser chefe de seção. Pensa que se descobrirem tudo mandarão Clara para um convento “e você acha que vou me consumir como nestes romances?” Primeiro esses pais merecem uma sova pois enviaram a menina para o convento e deram livros franceses para ela ler e boas coisas eles não ensinam.
Nós moraremos numa cabana a beira mar e depois virá um pintinho e o pai de Clara acabará abençoando nossa união. E o marido é quem manda em tudo e a mulher deve obedecer.
O cocheiro perguntou novamente se já era hora e então nosso herói contou-lhe sobre o gêmeo e acabou por dispensá-lo. Pagou o valor combinado, disse que tudo estaria decidido e pôs-se a correr, chegando a ponte: “Vou ficar nesse ponto e serei um observador e o que quer que aconteça não será minha culpa.” p. 222
Já calmo voltou para seu cantinho nas escadas e da janela todos olhavam para ele. Ficou ali escondido e de repente ouviu alguém aproximar-se. A pessoa disse para ele sair dali pois poderia pegar uma gripe e que lá dentro todos queriam sua presença. Embora que nosso herói resistisse eles o arrastaram para dentro do salão. “Estava pálido, desgrenhado, esfarrapado...”p.225  Entre ele sentaram-se Clara e Vladímer e foi levado a presença de Olsufi e só ficou pensando que a carta fora interceptada. Todos ali choravam e se falavam.  Percebeu que a seu lado estava o gêmeo. Nesse momento perdeu a memória e os sentidos. p.228
Quando acordou viu que todos gritavam seu nome. Alguém o sentou ao lado de Olsufi e todos ficaram ao redor dele. De repente Olsufi disse que estavam chegando. Andriêi pegou os gêmeos  (nosso herói pensou – eles querem nos reconciliar), Apareceu um homem alto, bem vestido que pegando na mão de nosso herói o arrastou. p.230 Este é Cristian doutor em medicina seu velho conhecido e o gêmeo pegou uma vela para iluminar o caminho para médico e paciente. Lá fora os esperava uma carruagem. O médico pediu nosso herói para sentar-se e olhou para trás e viu gente para todos os lados. Todos empurravam nosso herói para dentro da carruagem e o gêmeo o fez pelas costas e foi ao lado da carruagem pulando até a partida. Nosso herói desfaleceu e quando acordou se espantou com Cristian que lhe disse: Você vai receber casa com aquecimento e uma criada – o que não merece- E nosso herói pensou que há muito tempo previra isso. p.234



domingo, 2 de junho de 2013

Grande Sertão: Veredas continuando p.178 postagem já publicada até aqui.

Riobaldo continua seu monólogo, recordando seus tempos de jagunço: Considera que Hermógenes e Ricardão não são nada sem Joca Ramiro. Pensa que de todo, Joca Ramiro deveria estar mais perto de seu bando pois o verdadeiro chefe, poderia "separar o podre do são."p.179 e com certeza, Joca iria mandar embora esse tal de Hermógenes.
Riobaldo queria fugir, sair daquela vida e levar Diadorim, mas ele não aceita porque era muito fiel a Joca Ramiro.
"Meu corpo gostava do corpo dele." p.182
Apreciei as flores e uma delas era Otacília que um dia disse pra mim: "casa comigo." Percebi que Otacília não gostava de Diadorim e isso me dava muita alegria. Riobaldo ao narrar sua história pondera:  "Como foi que não tive um pressentimento." p.191
Juramos não botar mão em mulher e Diadorim tinha ares de alegria quando selaram esse pacto.
"Não fiquei com Otacília e parti com os outros rumo a sorte e a morte."p. 198
Zé Bebelo vinha vindo e pensei o quanto o prezava.
No momento estávamos sendo comandados por Hermógenes e quando um amigo foi morto ele não permitiu que eu o socorresse alegando que não era hora de parar. Os grupos separados e soube que Diadorim havia sido atingido e soube que estava morta. Riobaldo sentiu uma dor intensa e ficou desolado na beira do riacho . Diadorim ferido isolou-se até que seu ferimento cicatrizasse mas Riobaldo não conseguia entender porque ela não veio se juntar ao bando para ser ajudada.
Conta da mulher que matou o marido e ia se confessar dizendo que tal ocorreu porque ela amava o padre. De tanto ouvi-la em confissão e de se torturar, o padre morreu também. O povo maldizia a mulher e ela clamava por perdão.
Houve notícia que Zé Bebelo estaria chegando.
Hermógenes diz que em breve tudo aquilo terá acabado quando liquidassem com os bebelos e que sairiam dali para atacar em melhores lugares, a mando de algum político influente.p.231
Hermógenes parecia ser file como os outros jagunços, mas algo me dizia que ele estava planejando algo p.234
Continuava eu, com aquele pensamento porque Diadorim ficou longe cuidando de seus ferimentos e aquilo me dava um a raiva: "...aquela raiva estava em mim, produzida, sem outro dono, como coisa solta e cega." p. 237
A tropa de Zé Bebelo chegou com comida farta e armas e então era hora de festejar. Mas cadê Zé Bebelo?
Apareceu Sô Candelário e Hermógenes diante dele era um coitado.
Tomamos um lugarejo, matamos muitos mas um ficou e foi levado à Hermógenes que iria sacrificá-lo à seu modo. Mas Sô Candelário o perdoou; sua familia tenha lepra.
Hermógenes separou alguns do bando para espiar e eu fui também. "Fui aprendendo a achar graça no desassossego." p.247
Joca Ramiro chegou e eu fiquei pensando como ele se adaptou aquela vida, já que era homem bonito. p.249
Os inimigos chegaram e eram comandados por Zé Bebelo e eu gostava dele. Saí do seu bando mas não queria trair. Naquele fogo cruzado, bala para todos os lados, vi que iriam matar Zé Bebelo e então gritei para meus companheitos;"Joca Ramiro quer esse homem vivo." Essa notícia foi passando para cada um dos jagunços que por fim não mataram Zé Bebelo.
Joca Ramiro foi chegando e depois Hermógenes com os outros homens.
Pegaram Zé Bebelo que logo reagiu: se não me mataram, quero um julgamento.
      Ponto importante. Aqui a narrativa mostra uma mudança radical de comportamento . Os jagunços acostumados a torturar, esfolar, matar estavam agora diante de uma situação inusitada. Cada um poderia participar dando seu parecer a respeito da melhor forma de resolverem aquele impasse. Que crime cometeu ele, perguntou Joca Ramiro. De que o acusamos? Hermógenes e seu cruel seguidor optaram pela morte. Os demais consideravam que ele deveria ser solto e que depois voltasse com seus jagunços para uma guerra melhor. Hermógenes ficou louco de raiva por ter perdido nesse julgamento, pois queria a morte de Zé Bebelo. Alguém argumentou: crime é traição, roubar cavalos e gados, não cumprir palavra. p.266
Zé Bebelo teve sua hora de defesa e disse:"sempre cumpro a palavra dada.". "Não nasci gostando de soldados. Não obedeço ordem de chefes políticos. Estou sendo julgado o que prova que somos civilizados.p.279.
No final do julgamento Diadorim : "quem sabe direito o que uma pessoa é?" p.269
Já a salvo Zé Bebelo em tom de discurso pediu alimento, armas, e cavalos no que Joca Ramiro aceitou com a condição de que ele não retornasse tão cedo. Quando? Até que eu morra. E Zé Bebelo partiu.
Num novo confronto, Joca Ramiro foi morto por Hermógenes que fugiu, Todo o bando se uniu para vingar sua morte e junto a eles chegou também de volta ao combate, o Zé Bebelo e que chega logo dizendo que não é home para obedecer mas que fora feito para comandar,
Foi logo dividindo o bando, dando suas ordens.
Cada Chefe parte e Titão Passos sai com 23 homens entre o grupo, estão Riobaldo e Diadorim.. Nessa cavalgada descreve as belezas da natureza,. p,287 e Riobaldo teve saudade das Gerais e "com minha mente eu abraçava e amava Diadorim" p.291
Jagunço amolece quando não padece." p.294
Descreve as comidas típicas da região. p.295
Gavião veio galopando e apavorado apeou de seu cavalo e deu notícia triste: mataram Joca Ramiro. Diadorim manifestou sua dor de uma forma corporal- ele a se torcia revirava, gritava e chorava.
Titão Passos juntou seus homens e saíram para vingar a morte do grande chefe, tendo a frente Diadorim. Mais 300 homens se juntaram a nós e partimos para a guerra.
Estando a sós com Diadorim, Riobaldo que se ardia de amor, foi se aproximando e o amigo saiu dali. Ele pede ajuda a N.S. da Abadia julgando que isso fosse coisa do "cão-miúdo, do grão-tinhoso" p.302
O bando de Hermógenes e Ricardão  matou Joca Ramiro e Ricardão também foi morto. Hermógenes fugiu.
"Sofrimento passado é glória, é sal em cinza." p.303
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." p.310
Todo o bando se une para vingar a morte de Joca Ramiro.
Ficaram tocaiados numa grande casa, onde atacados pelo inimigo, perderam muitos homens que dentro da casa, já se encontravam em estado de putrefação.
Olhei Diadorim tanto, o tanto, até ele anoitecer em meus olhos." p. 325
Com peles de bois fazíamos cortinas nas janelas para podermos acertar o alvo .
Zé Bebelo me levou para uma sala da casa e com caneta e caderneta, pediu que eu anotasse tudo.p.328
Pediu que eu escrevesse uma missiva para o oficial comandante das forças militares, outra para o excelentíssimo juiz da Comarca  de São Francisco e outra para o presidente da Câmara de Vila Risonha e uma outra para o promotor., para que os soldados viessem para a Fazenda dos Tucanos. p, 329
e assinava- José Rebêlo Adro Antunes cidadão e candidato.
Naquele momento tive medo de que aquilo seria uma traição.p.332
Guerreávamos e muitos companheiros mortos, produzia cheiro péssimo que já exalava do quarto e eles inimigos punham fogo em tudo, matando também de forma cruel todos os nossos cavalos.
Durante o tiroteio muitos do bando estão mortos e com a morte de Sô Candelário, Medeiros Vaz quer que Riobaldo chefie o grupo. p.340
Surge Zé Bebelo que soube da morte do "amigo" e vem para guerrear também. Mas ele se faz chefe e logo divide os bens de Joca Ramiro. Para armar estratégia interroga cada jagunço, quer saber das terras das gerais, quer conhecer a todos por seus nomes, Faz mapa no chão, planeja o ataque.
Riobaldp faz parte com o demo e pede proteção.
Zé Bebelo sai com Diadorim ,  em busca de uma vidente para pedir ajuda. Pelo  vilarejo encontram pessoas nativas que fazem ritual. Há o caso do filho que rouba da igreja para ter dinheiro para se casar e o pai revoltado pede ao filho que encontre o irmão e o mate com uma foice. O filho sai e encontro o irmão e eles convencidos partem para matar o pai.
Sempre com a ideia de que Zé bebelo era um traidor, achei que ele me isolou dos outros jagunços porque eu já estava desconfiado dele e poderia dizer isso. p.346 "Agora Zé Bebelo temia que eu candongasse". Montou um cabra que ficava na minha sombra e eu percebi e falei. Zé bebelo mandou dois jagunços que foram rastejando entregar as cartas para as autoridades. Achei aquilo estranho mas não revelei nada para os demais. De certo agora estaria de olho em Zé Bebelo e por qualquer dúvida ele não sairia vivo.p,347
Zé bebelo sempre me olhando e eu cada vez mais disconfiado quando um dia ele disse que ele era o chefe!. Eu então disse; "Poia e, Chefe. E eu sou nada... Sou a coisinha nenhuma, o senhor sabe? Sou o nada coisinha mesma nenhuma de nada, o menorzinho de todos. O senhor sabe?De nada. De nada...De nada..."p.351
E ele disse: "Ah qual Tatarana. Tu vale o melhor. Tu é meu homem." p.351
Na economia das balas logo cedinho uns tiros surgiram era a guerra fina caprichada, bordada em bastidor" p. 351
De repente chega a tropa e acontece aquele tiroteio pegando os  Hermógenes desprevenidos. Sinal que as cartas escritas por mim e enviadas por Zé Bebelo tinham chegado. Depois de tiroteio intenso, no meio do mato levantaram um pano branco, na ponta de uma vara. p.358 Zé Bebelo mandou que se colocasse também um pana branco na ponta de um rifle e nimguém mais poderia atirar.Os dois do outro bando traziam mensagem de paz e queriam levar o parecer de Zé Bebelo para seus chefes. Que eram Hermógenes e Ricardão. Zé Bebelo resolveu dar trégua de 3 dias. e depois disso um de lá dê 3 tiros para fechar o trato. Um dos dois ficou e pediu para passar para o lado de cá pois sempre apreciou Joca Ramiro.
Dentro daquela casa, aos poucos fizemos movimento de recolher armas, guardar em fronhas e o mais que podia recolhemos nossas munições e Zé Bebelo mandou dois pra ver se era possível batermos em retirada. Isso só foi possível porque os soldados chegaram e atacaram o bando de Hermógenes, Enquanto guerreavam, fugimos. Em meio a fuga, Zé Bebelo pegou minha mão e disse: "Riobaldo, escuta, botei fora minha ocasião  última de engordar com o governo e ganhar galardão na política..." p.370   Tocaiados naquela casa, muitos mortos, eles resolvem partir dali e foram andando , pois os cavalos foram mortos. Durante a caminhada Ri.baldo dá à Diadorim a obra  Centelha das Ilhas e lhe oferece uma pedra. Diadorim não aceita como que aguardando um momento mais oportuno diz que aceitará depois da morte de Hermógenes.p.373
Fomos caminhando até o sítio de Dodó Ferreira. Senti o prazer de estar livre e andar nas terras das Gerais. Nos dirigimos para o Currais-do-Padre, pois lá haveria cavalos."..se pudesse nessa caminhada eu carregava Diadorim." p.372
Riobaldo pede ao demo coragem e toma o bando. Com ele na chefia, quer caminhar até a casa de Hermógenes e faz isso usando caminha mais curto. Quando chegaram na casa de Hermógenes, encontraram só a mulher que dizia ter medo do marido e queria mesmo sua morte. Diadorim a salva de ser estrupada por dois jagunços, matando-os e conquistando a amizade da mulher. Aos poucos vão conversando sobra suas vidas e Diadorim conta que é uma mulher.
Partem para capturar Hermógenes e encontraram o bando.
No meio do tiroteio, Diadorim (como que para proteger Riobaldo e também não ser impedida por ele para lutar a seu modo) diz:
"Tu vai, Riobaldo. Acolá no alto, é que é o lugar de chefe. COM TEU DEVER, PELA PONTARIA MESTRA: QUE LÁ EM RIBA, DE LÁ TU MAIS ALCANÇA."
"Eu  vou..." ; fui.  p.583 Tinha comigo o menino e o cego Borromeu.
Fomos surpreendidos pelo bando de Hermógenes e eu de longe via tudo. Vi  Diadorim de punhal na mão. Fiquei lesado dos braços, não conseguia gritar eu era uma alma que perdeu o corpo.
Vão agora lutar com facas e Diadorim pula sobre Hermógenes o atingindo mas morre também. A mulher de Hermógenes toma seu corpo e vai cuidar , quando diz :
"A Deus dada. Pobrezinha..."p.599
 Riobaldo ouve aquilo e vai espiar , deparando-se com o corpo nu daquela bela mulher.
Fica atordoado e diz- "Meu amor..."
"Aqui a estória acabou.
Aqui a estória acabada.
Aqui a estória acaba." p.600
Tive febre, sofri muito mas fui cuidado por seo Ornelas, sua mulher as filhas deles, os parentes e eles me estimulava. Um dia deitado na rede vi chegar uma moça, era Otacília. Ela me saudou com carinho e amor.
Falei que havia perdido um amor e que precisava de um tempo para me recompor e Otacíla foi compreensiva e logo depois me casei e não poderia ter feito coisa melhor.
Seo Ornelas e s~eo Habão trouxeram um belo cavalo de presente e aceitei. Soube então que meu padrinho falecido, havia deixado duas fazendas para mim. Fui também em cartório pegar minha certidão de nascimento. Depois me lembrei de Zé Bebelo e fui ao encontro dele.. Ele me abraçou e festejamos e contou que estava indo para a cidade estudar para advogado.
Zé Bebelo me recomendou ao Compadre Quelemém homem bom e justo que ouviu com paciência toda minha história  e a quem pude perguntar:
"O senhor acha  que a minha alma eu vendi, pactário?!"
E ele foi me dizendo para eu pensar para diante, no que Reobaldo concluiu:
"Amigos somos. Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia." p.608






segunda-feira, 25 de março de 2013

"Grande Sertão: Veredas " de Guimarães Rosa




          Grande Sertão:Veredas
De Guimarães Rosa

Riobaldo narra sua história. Relembra o passado de jagunço, seu casamento com Otacília, o amor impossível a Diadorim, o pacto que fez com o diabo pedindo ajuda na vingança contra Hermógenes,
Mora às margens do São Francisco, no baixo do ponta da Serra das Maravilhas entre esse e a Serra dos Alegres , numa tapera dum sítio do Caramujo, atrás das fontes do Verde, que verte no Paracatú, perto da Vila Alegres e faz parte do bando chefiado por João Ramiro. Vivem em constantes lutas com seus rivais.
Faz comentário sobre o delegado e seu capanga:
   “...o ruim com o ruim, termina para as espinheiras se quebrar.” P.17
       “... nunca vi cara de homem fornecida de natureza e maldade mais, do que nesse.” P.18
Sobre a vida no sertão:
       “...sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier que venha armado!” p.19
Conta que numa desses ataques no distrito de Rio-Pardo, uma bala o atingiu e ele se embrenhou pelas matas com muito medo e pensando em Diadorim.
“...mas Diadorim é a minha neblina...”p. 36
Riobaldo ficava indeciso em amar ou não Diadorim por se tratar de um homem. Ficava confuso pois o amigo era forte/frágil, corajoso e delicado.
“... a raiva incerta, por ponto de não ser possível dele gostar como queria no honrado e no final.” P.39
Relembrou com seu amigo Quelemém que quando era menino Diadorim o ensinou a atravessar o Rio São Francisco com muita coragem e que na idade madura aconteceu a mesma coisa.
Fala sobra a ruidade do homem e relembra
       “... toda saudade é uma espécie de velhice.” Disse certa vez para Diadorim e ela com muita raiva deu seu pronunciamento:
“Tem discórdia não, Riobaldo amigo, se acalme.” P.40
“Abracei Diadorim, como as asas de todos os pássaros. Pelo nome de seu pai, Joca Ramiro, eu agora matava e morria, se bem.” P.41
Então agora sabemos que tanto Diadorim quanto Riobaldo, querem vingar a morte de Joca Ramiro.
Neste bando todos trabalhavam para o cruel Medeiro Vaz que nunca esmorecia e colocava todo seu bando à perigo. Ele, quando jovem, recebeu uma grande fazenda. Mas vieram os jagunços e cometeram desmandos desrespeitando mulheres e crianças.. Ele revoltado ateou fogo na fazenda, abandonou tudo e saiu pelo mundo para impor justiça. Foram guerrear no fundão da Bahia.
       “Daí, se desceu mais, e, de repente, chegamos numa baixada toda avistada, felizinha de aprazível, com uma lagoa muito correta, rodeada de buritizal dos mais altos: buriti verde que afina e esveste, belimbeleza.” P.45
Prosseguindo Diadorim conta que quando fora escalado para sentinela, Diadorim veio lhe fazer companhia e lhe disse que em momentos de dificuldades  ele se lembrasse de sua mãe e de Joca Ramiro.
Continuando conta que entraram em muitos arraiais, matando, furando os olhos, cortando línguas e orelhas. E se pensava que todos vieram do inferno para fazer isso com as pessoas.
       “Viver é muito perigoso.” P.49
Entraram pela mata e mais tarde falaram em dormir, Antes disso Diadorim fala:
         "Pois dorme, Riobaldo, tudo há de resultar bem..." p.50
Embrenhados nas matas, cheios de fome, os homens de Medeiros Vaz mataram um macaco para alimento. Logo concluíram que não era um macaco que comiam mas sim José Alves, inteiramente nu, vagando pelas matas.
E Riobaldo continua contando o que lhe ocorreu quando era jagunço e se apaixonou por um amigo, que não poderia gostar assim daquele modo dele. Fala de seu chefe do bando Medeiros Vaz  sempre perseguido pelos soldados do Governo. Riobaldo passou a respeitá-lo e também percebeu quando ele vinha meio doente. Escalado, parte pra combate e diz que só no último derradeiro é que clareiam a sala.
        "Digo: o real não está na saída e nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia." p.64
Em conversa vai enumerando todos os jagunços que morreram.
     "  ...a Bahia estava cercada nas portas." p.68
Aos poucos vamos percebendo que Riobaldo narra sua saga mas o autor nos leva a crer que estamos combatendo juntos, no presente e, não que o texto fosse o protagonista relembrando.
Procuramos por Medeiros Vaz mas ninguém sabia dele
       "Agora, por aqui, o senhor já viu: Rio é só o São Francisco, o Rio do Chico.  ...O resto pequeno é vereda." p.74
Medeiros Vaz morreu em dia de chuva e escolher outro chefe foi motivo de muita prosa. Falou-se em Riobaldo, em Diadorim mas o indicado foi Marcelino Pampa.
Diadorim dizia palavras delicadas:
       "Eu precisava. Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto." p. 84
No outro bando tinha um homem grande e forte , de nome Davidão, que passou a ter medo de morrer e aí narra uma história inventado por um homem, dentro do seu relato. Riobaldo se encantou com as ideias que tiveram  que perguntado sobre qual foi o fim dos dois personagens respondeu:
       "Pelejar por exato, dá erro contra a gente. Não se queira. Viver é muito perigoso..." p.85
Chegou ao bando um homem mais cinco jagunços. Era Zé Bebelo, que reconheceu Riobaldo e quria se unir ao bando para vingar a morte de Joca Ramiro. Ele considerou: ...então cá é meus exércitos..." p.89 e acrescentou;
       "Só sei ser chefe." p.90
Marcelino Pampa e todo o bando concordou e ele foi logo dividindo os pertences de Medeiros Vaz, .passou a saber da história de cada jagunço e a ter conhecimento sobra as gerais. Fez planos de ataque e era chefe temido e corajoso. Denominou-se Zé Bebelo Vaz Ramiro. Dividiu o bando e convocou a todos para atacar o inimigo mas que fossem todos "... devagarinho, feito rondando quarto de doente." p. 96
Ao moço Riobaldo também contou que gostou de Nhorinha, garota de programa e que ela havia lhe escrito uma carta que demorou oito anos para chegar as suas mãos, através de um homem que tinha doença de toque p. 99. A carta veio suja, rasgada, mais que lida. E que nesse tempo ela já poderia ter se casado ou morrido.
Riobaldo passou a narrar sua história quando conheceu um amigo, os passeios que fizeram juntos e o autor faz aí uma bela descrição das belezas dos lugares as margens do de-Janeiro- flores, pássaros. animais, até chegarem ao Chico e do medo que sentiu quando o canoeiro disse que aquela embarcação era feita de peroba e que se virasse afundava toda. O menino corajoso, companheiro no passeio, disse:
       "Carece de ter coragem..." p. 106
Diadorim pediu ao conoeiro que parasse e foi com Riobaldo para a vargem, sentaram e comeram. Riobaldo teve vontade de urinar e o amigo lhe pediu que fosse para longe dali, Saíram daquele lugar quando chegou um homem que fazendo troça dizia que queria também. Diadorim chamou-o para bem perto , sacou de sua faca e atingiu o homem que saiu correndo dali.. Diadorim perguntou se ele nunca tinha medo e, ele respondeu:
        "Sou diferente de todo mundo. Meu pai disse que eu careço de ser diferente, muito diferente,,,"p.109
Diadorim continuou contando que sua mãe morreu num dia de chuva.e com a morte dela sua vida se modificara..
        "Amanheci mais" p.111
Mais tarde partiu com uma rede, uma imagem de santo de pau, um caneco, um cobertor e uma muda de roupa. Foi com seu vizinho que o levou para a Fazenda São Gregório, do meu padrinho que me recebeu dizendo:
        "De não ter conheciso você, destes anos todos, purgo meus arrependimentos." p.111
Meu padrinho gostava de contar casos.
E Riobaldo continuo contando ao moço que quando os bandos chegavam nos locais, invadiam, saqueavam, roubavam, matavam e mandavam tocar o sino da igreja. Também soltavam os presos. Meu padrinho queria que eu aprendesse a atirar e também me mandou a Curralinho para aprender a ler.. fala também das mulheres e conta que aprendeu muitas safadezas.
Meu tio vinha me ver e trazia doces de burití, aratiaím, requeijão e marmelada.
narra que quando seu padrinho morreu lhe deixou duas fazendas.
Quando cheguei em Curralinho meu tio vinha me buscar e aí presenciei cena onde seus homens que não eram jagunços mas também encomendavam serviços a políticos.
Certo dia o bando de Joca Ramiro chegou e queria ficar ali. meu padrinho os encaminhou para o pôço do Cambaùbal e logo mais homens chegaram em seus cem cavalos. Ali devia estar os homens mais temidos do sertão e eu os conduzi até o local indicado por meu padrinho. Logo chegaram os tropeiros com um lote de dez mulas com os cargueiros e só depois meu padrinho chegou com Joca Ramiro.Eles partiram a noite.
eu padrinho tinha admiração e fazia elogios ao Joca Ramiro, como sendo homem corajoso, bonito, forte e dada essas qualidades seu bando poderia
        "...impor caráter ao Governo." p, 121
Riobaldo fala de saudade e tristezas em seus versos. Conta também que seu padrinho Selorico Mendes o tratava muito bem e que nem de trabalhar ele carecia. Dava dinheiro e o considerava. Ouviu falar que seu padrinho era seu pai.resolveu partir dali e foi para Cirralim p,123
pensou que poderia ir para diversos lugares mas considerou que se fosse para casa de conhecidos, seu padrinho iria saber e viria buscá-lo mas uqe era isso mesmo que Riobaldo queria.
Um dia pediu a Seu Vupes:
        "Seo Vupes, o senhor não quer me ajustar, em seu serviço?" p.125
Níquetes!, era o que ele sempre dizia.
Saiu dali e foi para a casa de mestre Lucas que me perguntou e eu disse que havia saído da casa de meu padrinho porque queria estudar e começar vida nova. Mestre Lucas respondeu:
        "Riobaldo, pois você chega em feita ocasião!" p. 126
É que Mestre Lucas precisava de alguém que ensinasse muitas matérias. Riobaldo foi até o Palhão e avistou o dono. Ele era o Zé Bebelo que queria as aulas. Em um mês já havia aprendido tudo e podia até ensinar. Eles ficaram amigos e Zé Bebelo queria-o como secretário, pois ele queria ser deputado. Quando Riobaldo ouvia a fala da proposta política "Ia me enojando. Porque completava sempre a mesma coisa". p.131
Entretanto foi se acostumando aquela vida com mulheres, roupas e sapato.
 O bando de Zé Bebelo partiu e ele me queria por perto com canete e papel para anotar tudo.Muito alegrava aquela vida de um dia estar aqui, noutro acolá., até chegarmos em Pedra- Branca, onde fiquei.
Ele veio contando que em Brasilia tinha visto Hermógenes, mas que na batalha ele acabou fugindo.
Via aquela gente sofrida e tinha muita pena deles. Zé Bebelo disse que não carecia de ter pena pois:
       "O que demasia na gente é a força feia do sofrimento, própria, não é a qualidade do sofrente." p.134
Enquanto cavalgávamos perguntei sobre Joca Ramiro. Ele fêz alguns comentários elogiosos  a bravura e perícia dele. No caminho entre o Condado e a Lontra, foi só fogo cruzado, muita briga e acabamos vencedores.
Riobaldo diz que estava na batalha e fugiu pois que não concordava com as atrocidades. Bem que poderia ter comunicado a Zé Bebelo. Viajou num rumo incerto e deitou com uma mulher. p.136 Para eu voltar ela iria ascender uma foguera. Fui ao encontro do pai dela. Ele fêz muitas perguntas, disse que não gostava de soldados e perguntou a Riobaldo sobre Joca Ramiro e ele disse que lhe era fiel e que então não poderia ficar com Zé Bebelo. Contou algumas coisas a respeito de seu padrinho. Ele me hospedou a contra gosto. mais tarde chegaram três homens a quem ele contou tudo que Riobaldo havia falado. Eles também fizeram perguntas e queriam saber porque eu não oa ao encontro de Joca Ramiro. Mais um tempo se passou e chegou outro homem e esse ers o MENINO. p.138
Parecia que ele não queria entrar na amizade.
Era matança para todos os lados e Riobaldo - " eu não pertencia não se chegava e parecia não guardava fé e nem fazia parte." p.142
Fala de Diadorim:
       "Era ele estar perto de mim, e nada me faltava." p.146
Saímos para Serra-da-Onça, onde teria tropa de soldados. Ficamos cinco dias na casa do preto, aguardando hora de avançar com as armas. Saímos da casa do preto e andamos tr~es léguas  e veio Titão Passos a fazer perguntas e já iríamos enfrentar a tropa de Zé Bebelo e todos que nos viam enviavam a ele denúncias pois que todos queriam matar os jagunços.. Mesmo morrendo queríamos chegar com as armas até Joca Ramiro. Eu sabia de muitas coisas deles mas não queria trair Joca Ramiro. p.150
Pensei - quem eu era. De que lado estava-  de Zé Bebelo ou Joca Ramiro.
       "Eu era de mim," p.151
Titão Bastos disse que eu lhe servia bem e que se encontrasse os homens de Joca Ramiro, era para falar com eles  que eu estava levando essa tropa. Fiquei todo orgulhoso mas logo Titão disse que se eles descobrissem que fui eu um desertor, que eles me matariam. e se gente do Zé Bebelo passasse ali armada me pegavam. e Riobaldo ficou com muito medo.. Aos poucos o medo foi passando e pela manhã só fiz o que achava melhor. De mim vinham uns rangidos feito que eu tivesse ira de todos.. Reinaldo pensava que eu estava amofinado mas eu não estava e quanto mais eu mostrava minha dureza, mais perto de mim ele chegava e foi num desses momentos que ele fêz a revelação de que seu nome era Diadorim e queria que o amigo o chamasse assim.
Saímos para a barra :
       "A amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor." p.156
Quando Riobaldo relembra quando conheceu Otacília, lembra-se também como conheceu Diadorim

Foram até o campo de hermógenes, aquilo era um inferno, mas com três dias me acostumei.
A noite um pé de fogo e conversas. Algu´em explicava os combates com Zé Bebelo e nós o nosso. p.159
Um homem se engraçou com Diadorim e ele lhe deu uns sopapos e eu peguei meu revólver mas não carecia de briga no momento..depois os dois morreram e todos achavam que fui eu que matei.
Fui jogar bilhar e Aduvinho me ensinava, e os outros riam e me punham apelido.
       "No que foi, no que me vi, no acampo de Hermógenes" p. 163 em situação de guerra. Me aceitaram. Vi como eles afiavam o facão nos dentes e queriam afiar o meu facão Também nos meus dentes mas reagi:
       "Eu acho que, para se ser valente, não carece de figurativos." p.165
Riobaldo conta que lá tudo era fartura em comida e monições. Nem precisava carregar aquelas armas todos pois ali tinha de sobra.
Era 1996, quando os serranos atacaram , invadiram e tomaram São Francisco. Os homens reagiram e o combate durou 3 horas. O Hermógenes mandava em nós todos. Mas uns 50 obedeciam a João Goanhá e um outro grupo ao Ricardão. Vinha também Sô Candelário com seus homens e se esperava pelo chefe maior- o Joca Ramiro.
O regime de Zé bebelo era totalmente diferente pois tudo se tratava em segredo. Um dia pegaram todos os animais para pastarem em Ribeirão Poço Triste mas para mim esse nome era inventado para enganar. Tive que entregar meu cavalo e seguimos a pé mas eu fiquei desconfortável tendo que carregar muitas coisas. Então perguntei pra um dos homens onde colocar tantas coisas no que ele respondeu para eu jogar fora. Quando eles preparavam o churrasco eu não gostava daquilo e queria sim aquele guisado bem preparado, frango com quiabo e me veio saudade de São Gregório. Diadorim percebeu tudo:
       "Riobaldo, tem tempos melhores."p.169
Guardava meu dinheiro que Zé Bebelo nos pagava direito.
Pensa em matar Hermógenes e se pergunta como pode Joca Ramiro ter um homem assim em sua tropa. Diadorim entretanto acha que Hermógenes é fiel.
Zé bebelo enviou um homem para espreitá-los e ele foi morto. Entendi um pouco mais a jagunçagem. Sô Candel´rio era homem bom mas incentivava seus jagunços à maldade.
Não queria que os homens percebessem que dou mole mas sentia que não nasci pra ser jagunço.
Hermógenes marava para seu próprio prazer.Às vezes olhava seus olhos , suas mãos,  percebia sua maldade e tinha nojo dele. Comparava-o a Zé Bebelo  de quem eu gostava como se fosse um pai. Torcia para que ele vencesse sempre pois  achava o mais correto. Queria que ele acabasse com os jagunços.
Quanto a Hermógenes , Diadorim dizia que para combater com Zé ebelo e os cachorros do Goverso era preciso ser assim como Hermógenes.
Confirmei meu pensamento de que eu era diferente de todos dali.
Um pai jagunço de nome Antenor, homem muito ligado ao Hermógenes, queria saber que apreço eu tinha de Joca Ramiro
Observando como o bando se comportava, comecei a pensar que Joca Ramiro não devia ficar tanto tempo assim longe , pois seus jagunços pensavam que ele os havia abandonado. É que por ser homem muito bem relacionado, ele ficava na casa de políticos e fazendeiros. O que se falou também é que Joca Ramiro estava conseguindo coisas e punha toda confiança em Hermógenes, p.178

     









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sexta-feira, 22 de março de 2013

Ilíada e Odisséia de Homero




          

Mito e realidade.
Muito difícil entender e assimilar tantas informações mesmo através das ótimas explicações do professor. Mas como somos muitos, acabei criando coragem para dar umas notícias que são passíveis de críticas e possíveis  correções.
Dito isto vamos a Homero que nos chega em aula de Filosofia.
 Poeta cego que certamente já ouvira o mito contado de geração em geração, chegando até seu tempo. Viveu no século VIII a.C e seus versos contam a história da Grécia Antiga.
Escreveu Ilíada e Odisséia . Páris, filha de Príamo, rei de Tróia rapta Helena, esposa de Menelau. Seu irmão Agamémnon, caminha com suas tropas que segundo a lenda, queriam resgatar Helena. Lutam por 10 anos até a queda da cidade.
Parece-me que há também um dado de realidade e Homero em sua narrativa  esclarece que em Hélade havia pouco estanho e o bronze era o metal nobre na época de Homero. Então, Ilíada seria um poema histórico, real na busca de estanho.. Os gregos acreditavam na Guerra de Tróia e tudo indica que Homero tenha se inspirado nessa história de 1.200 a.C. À tradição oral  acrescentava-se dados de realidade e Homero escreve dois poemas sendo que nesses versos, a história social, religiosa e política se mistura por diferentes civilizações e tempos.
Historiadores questionam se Homero não seria também uma lenda.

        A ILÍADA E A ODISSEIA

       "Os poemas homéricos resultam. pois, de um longo, mas progressivo desenvolvimento da poesia oral,            em que trabalharam muitas gerações. Usando significantes dos fins do século IX e meados do século VIII , a.C., épocas em que foram, ao que parece, "compostas", na Ásia Menor Grega, respectivamente a Ilíada e a Odisséia, o poeta nos transmite significados do século XIII ao século VIII a.C. O mérito extraordinário de  Homero foi saber genialmente reunir esse acervo imenso em dois insuperáveis poemas que, até hoje, se constituem no arquétipo da épica ocidental." (Brandão, Junito 1991 Mitologia Grega p.118)
Em Ilíada, Homero narra a Guerra de Tróia em cerca de 15.600 versos.
Entendemos que Ulisses foi com seus homens (muitos), os helenos, na busca de estanho. Ele deixou sua mulher Penélope e seu filho que acabara de nascer. Entre lutas e muita matança esses homens ficaram dez anos, quando Homero  conta em 24 cantos, a volta de Ulisses para casa. Queria encontrar seu filho agora com 20 anos e rever sua mulher. Soube entretanto que muitos homens já haviam dilapidado seus bens e queriam levar sua mulher, cada qual a queria como esposa.
       Sua volta foi cercada de contratempos já que Ulísses cega o filho de Posídon e este quer castigá-lo.      Seus homens também são perseguidos pelo deus Hélio, pois famintos devoraram as vacas daquelas pastagens.
       Numa reunião de deuses sem a presença de Posídon eles decidem que Ulisses deve voltar para Ítaca.    O filho partiu para encontrar o pai Ulísses. Ele estava numa ilha e Hermes dá ordem a Calipso para deixar Ulísses partir. Ele faz  uma jangada e vai, Mas há tempestade e ele fica só, no meio daquela tormenta.
Depois de resolver mais outros problemas como foi o de ver Ciclope  Polifeno  devorar seus companheiros. Ulísses lhe dá bebida e fazem com madeira uma arma que fura o olho de Ciclope e sua viagem de volta fica ainda mais difícil pois Posídon o persegue.
       A feiticeira Circe  transforma seus poucos companheiros em animais e depois lhes dá novamente a vida. Circe é filha do Sol.
Depois Ulísses é tentado pelas sereias.
       Quando chega a Ítaca encontra o filho e ambos tramam a matança dos pretendentes Passa por constrangimentos as vistas dos pretendentes que se divertem instigando um pedinte a brigar com Ulísses.
       A velha ama ao lavar os pés de Ulísses o reconhece pela cicatriz na perna. Mas penélope segue e propõe que aquele que conseguir armar o arco e passar a flecha pelos orifícios de doze machados em fila, esse será seu marido. Só Ulísses consegue. Os pretendentes são mortos e suas famílias querem vingança.        Tudo entretanto, graças a Atená volta ao normal.
Mitologia Grega - Volume 1 - Junito De Souza B. - Sebo Brisa

Consulta: Dicionário de Mitologia Grega e Romana de Mário da Gama Kury - Jorge Zahar Editora 1990
                Mitologia Grega de Junito de Souza Brandão Vozes- Volume I  1991