terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cabine Individual- de Gracinda Rosa

O mundo mágico e apaixonado de Gracinda Rosa,nos leva  nesta sua obra, para uma bela aventura de trem numa Cabine Individual. Ela vai ao encontro do amor e nós embarcamos com ela, pois, este passeio promete! Segundo seu sensível coração, o cupido conspirou a seu favor e é hora de partir...
A autora retrata com simplicidade e acertividade, as paixões já não adolescentes e o enfrentamento de situações embaraçosas no relacionamento. Reflexiva e independente, seu personagem resolve de forma madura o que e como aquele convívio tão prazeroso, deveria chegar ao fim.
 " Não sei se há, realmente, um sexto sentido que nos alerta para as motivações ocultas do modo de agir daqueles com quem convivemos". P60.
Uma jovem amorosa, dedicada e decidida sofre frustrações e prossegue corajosa , quem sabe , na busca de um novo afeto... "Quanto ao fato em si de ir morar com ele, não sentia dúvidas. Era tudo o que sempre quis, desde o momento em que o conheci."P 44
Gracinda não para, não esmorece e tem assim, belas histórias para contar.
Este livro desnuda a autora; sua capacidade de amar, perdoar e reinventar a vida.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Garoto da Bicicleta- Filme





Garoto de 12 anos de olhar expressivo. Pai sem afeto. Mãe ausente. Mulher jovem atenta e amorosa Samantha aceita ficar com o garoto, que se agarra a ela como forma de sair em busca de seu pai.
Chamou atenção no filme, as opções que um jovem tem, e o caminho que por vezes segue, quando sente-se abandonado e frustrado nas suas buscas afetivas,
O filme nos emociona do início ao fim. E quê fim!
São abordadas situações de solidão, medo, indiferença, rejeição e muito amor.
Filme dos irmõas belgas, Jean-Pierre e Luc Dardenne.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Corrida Impressionista


Maratona imperdível que homenageia quatro importantes pintores- Claude Monet, Edgar Degas, Auguste Renoir e Van Gogh
O atleta tem oportunidade não só de praticar esporte, no caso a corrida, como interagir com inúmeros participantes nestas maratonas. Todos em perfeita forma física, não poupam esforços para superarem seus próprios limites e logo na largada podemos apreciar um maravilhoso movimento de cores em decorrência do deslocamento dos corredores. Claro que vemos uma obra de Van Gogh a se deslocar na pista de corrida. Isto nos remeter ao seu período do impressionismo e do pontilhismo, onde sua técnica de pintar em pontos e pinceladas de cor pura deu um tom diferenciado a arte daquela época. É um momento de beleza para os que apreciam e estímulo à saúde dos que participam .

                      

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fotopoesia de Manuel Álvarez Bravo

Maravilhosas fotos em preto e branco, estão em exposição no Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. O trabalho é de Manuel A. Bravo, mexicano que iniciou sua arte em 1920 e logo passou a ter um estilo muito particular de fotografar: um tanto purista, geométrico e muito experimental.
 Prosseguindo em sua pesquisa o fotógrafo se embrenhou na realidade da vida indígena.
 A exposição é uma retrospectiva que perpassa 70 anos de vida produtiva de Manuel como fotógrafo.
De todas as fotos , as que mais gostei foram uma de Frida Kahlo, blusa branca, rosto suave e contraste admirável. Uma lindíssima de Octávio Paz e outra, de uma garota mexicana, segurando seu chapéu, de pés descalços e de costas para nós, olha por uma janela, como a espreitar o que acontece lá dentro da sala.
São 374 fotografias que ficam no espaço expositivo até 26 de fevereiro. A curadoria é de Sérgio Burgi e Aurélia Álvares.
 Estas fotos que registro aqui, estão no folder de divulgação da exposição.
Rua Marquês de São Vicente, 476.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fernando Pessoa (1888-1935)


Aos 20 anos

                    "Tudo é ilusão. Sonhar é sabê-lo."
Em Poemas Completos: Alberto Caeiro
O guardador de Rebanho-
..."Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho."ainda, mais nada."

O Pastor Amoroso-
..."Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só pensar nela. Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar."

Poemas Inconjuntos-
"É talvez o último dia da minha vida
 Saudei o sol, levantando a mão direita,
 Mas não o saudei, dizendo- lhe  adeus.
 Fiz sinal de gostar de o ver

 Fernando Pessoa através de seus heterônimos:
* Alberto Caeiro, que nasceu em 1889- as coisas são apenas coisas- 

* Ricardo Reis, que em 1912 , nasceu ao mesmo tempo em Lisboa e Porto:
 "Para ser grande, sê inteiro:nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."

*Álvaro de Campos, nasceu em 1890.
Às Vezes Tenho Ideias Felizes

Às vezes tenho ideias felizes,
Ideias subitamente felizes, em ideias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...

Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?..."

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pequenos Amores de Gracinda Rosa

Gracinda, através de sua narrativa poética,sonhadora, traduz aqueles sentimentos mais profundos que nos invadem quando estamos amando. O livro traz cada encontro seu, permeado de sensibilidade, afeto e doçura de uma jovem de 21 anos. Ou seria de 12 anos?
Ao  ouvir hoje,Gracinda contando coisas, narrando fatos, explicando sobre sua vasta biblioteca, não sinto diferença da autora de "Pequenos Amores", pois seu coração é doce e acolhedor. Então, concluo, que ela é mesmo assim, uma jovem mulher amorosa, atenta, generosa e, sobretudo, delicada .
O livro que termino aqui, hoje,  mostra uma Gracinda independente desde os 12 anos. Os amigos que a amaram e que permeiam seu livro, seu irmão tão camarada e sua história poética, tudo isso prossegue, com mais experiência, mais vigor e mais sabedoria. Bravo Gracinda !

domingo, 20 de novembro de 2011

Cartas de José Duayer

Duayer é jornalista  e como fotógrafo e cartunista trabalhou no Pasquim em sua fase áurea.
Publicou três livros infantis e hoje apresenta ao público mais um-
 Cartas.
Fala da nossa comunicação através de emails e nos remete àqueles tempos, onde esperávamos, me lembro bem, até uma semana para recebermos resposta de uma cartinha.
            Duayer valoriza, de forma lúdica, a simplificação das palavras e dos símbolos na internet e fala da facilidade de  encontrarmos um novo amigo, com um clic. Simples assim.
É um livro para crianças mas que faz o adulto pensar...



sábado, 19 de novembro de 2011

O Palhaço

O Palhaço
  Paulo José e Selton Mello são palhaços. O filme não é recomendado para menores de 10 anos. História mambembe que arrasta em meio a poeira das estradas, as vidas sem graça de Pangaré e Puro Sangue. Todo prefeito dos lugarejos onde o circo faz apresentações, comparece com sua mulher, abrilhantando o acontecimento que está mais pra chorar do que fazer rir. É um drama. As piadas não têm graça ... A vida, realidade  cruel para quem tem que unir toda a “trupe” para conseguir pagar coisas e levar o caminhão para um próximo local. Inquietante! Há dois desejos que movem um dos palhaços; o mais novo: ter um ventilador e conseguir peça íntima para uma das artistas do circo.
 Olhares que espreitam aquelas paragens, mostram-nos, várias vezes o palhaço tristonho observando aquela terra árida. Talvez, arrisco, pensando: Não quero esta vida!
O ventilador? Como iria funcionar? Mas, me parece, foi seu primeiro momento de alegria.
O sutiã? Bem, este fica por conta de nossa imaginação. Ele poderia nos remeter  a camaradagem com o pedido do outro; o sentido do colo, do aconchego ou a busca do primeiro objeto que gera satisfação.
Não vemos este problema resolvido. Então, poderíamos falar da falta?
Depois de Othon Bastos, considero Paulo José e depois Selton Mello, os meus atores preferidos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Musgo- 2009 e Objetos Coletores de Água-2011 Búzios RJ

O Musgo- fragmentos de bucha vegetal tingida. Obra fixada num poste de Búzios, onde ocorreu uma intervenção na Rua do Canto. Todos os artistas, do Grupo 4x4, participaram deste Evento. No espaço urbano a obra se expande e se completa com o olhar do fruidor.
Importante, foi também, o animado encontro com os artistas durante a montagem dos trabalhos. Ficou uma exposição lindíssima!
Novembro de 2011 e lá vamos nós novamente. Apresento a obra - Objetos Coletoras de Água. É uma instalação-pintura em acrílico sobre papel e vários baldes. A obra traz à tona o tema do aquecimento global. Para  o derretimento das geleiras, quais as nossas ferramentas?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pimentel e o guarda-chuva

 Poeta, escritor, jornalista, comemora no início de 2012, seus 100 anos de vida!Todos conhecem Pimentel.
Estava na pracinha do Cinema Icaraí e ouvi as pessoas falando em Pimentel. Fiquei atenta. Então o avistei e alardeei: Lá vem o Pimentel! Mas uma colega disse: Primeiro ele fará um lanche no Ponto Jovem! Mais um tempinho e chega Pimentel.
 Nas mãos uma pequena saca com um livro. O médico disse que posso carregar somente um lenço de seda, disse ele. Então não ponham mais coisas nesta saca, ia avisando, enquanto alguém lhe entregava os jornais do dia.

Então Pimentel contou: Estava passando por uma loja e uma pessoa me abordou dizendo que o tempo estava mudando e que eu não portava guarda-chuva. Ela entrou na loja e trouxe um.  Apertou num botão, abriu o guarda-chuva e disse: Veja se vc o abre e leva , porque vai chover! Eu (então ele mostrou seus dedinhos )tentei, porém não consegui abrir. Então uni os dois polegares e apertei com toda força e não consegui. Perguntei para a moça se todos abriam o guarda-chuva e ela disse que sim.
Então, comenta ele:
"Eu tenho 100 anos. Já é um milagre eu sair só, me orientar e estar aqui com os amigos. Vou brigar com um guarda-chuva? Quero encontrar um que eu possa abrir."

sábado, 12 de novembro de 2011

A Pele que Habito


Li algumas notícias sobre Tarântula, obra de Thierry Joquet. É um horror quando fala: das perdas; de vingança sórdida quando captura o rapaz que teria abusado de sua filha; da banalização quanto a morte e assassínio; de submissão; abandono e desencontros.
Fui ver Almadóvar com essas referências e  então, a cada cena forte, esperava um desfecho mais trágico ainda... Sem tantas atrocidades, mas nem por isso mais leve, saí do cinema com um nó no peito, meio tonta e sem palavras...
Banderas (lindíssimo), o cirurgião plástico Robert, quer vingar sua filha e encontra Vincent, dando a este a oportunidade de ser o que desejava. É que para mim, o filme acontece no final.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia das Crianças

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!

Deu seus primeiros passos e com olhar cúmplice e sorriso inconfundível de felicidade, não dizia palavras, mas revelava o quanto sabe ser amado !.............
Fala papai, mamãe, vovó, bola, mais (quando quer comer mais),dedo, pé, esconder,pato, porco,carro,hipoglós, olho, ione,sair, rua,papa, suco ,água, coco e mais algumas outras palavrinhas.
LEO- 1 ano e 5 meses




 -Você quer que eu faça um desenho vovó? Quero sim!-Então vou fazer eu e você. Ao entregar o desenho disse:-Você está apoiada no meu colo!
BERNARDO- 3 anos 10 meses

sábado, 1 de outubro de 2011

Pintura 2011




A montanha, o mar, a cidade de Carlos Rosa Mareira


Estava com amigos aguardando a abertura da bibleteria , numa fila para assistirmos uma peça teatral. Chegamos cedo. Então, papo vai papo vem , contei que estava lendo este livro . Logo no primeiro comentário, percebi que um homem que estava a nossa frente, virou-se e passou a fazer parte do papo, sem maiores cerimônias! Eu, apenas disse- estou lendo A montanha, o mar, a cidade , que é obra de um niteroiense e bem se sente logo no início da leitura, que o autor é gente boa.O homem então teceu esses comentários, sem fazer pontuação que desse oportunidade para que um de nós interferisse- :  tenho pensado muito a respeito dessa ideia - a pessoa é do bem. Se formos falar da classe política, chego a querer afimar, que é preciso uma lupa, para encontrar alguém que seja do bem. Se falarmos das religiões, dá nojo o que roubam, o quanto desrespeitam os mais desavisados... Se o foco for educação, já faz mais de meio século que há muito verbo e pouca verba! Quanto aos cuidados com saneamento básico, preservação do meio ambiente, o que vemos é uma extrema ganância dos empresários e políticos, cada um a g$nhar o seu e estamos conversados... Agora o mais grave é quando se fala de parentes e familiares... (ele então, deu umas boas risadas) às vezes você dorme com o inimigo! Ou então, fulano vem come na sua casa, dorme, participa dos assuntos da familia e depois, dá uma boa pernada ali, em alguém. Pior é quando um bandido desses, encontra na nossas barbas, apoio de quem não vê as coisas com a dignidade de que...
A bilheteria abriu, o senhor se apressou , comprou seu ingresso e partiu para dentro do teatro, longe de nossas vistas... Houve um silêncio e nós nos entreolhamos...
Bem, então fica aqui , o que teria dito. É que , logo no início do livro, Carlos avisa-" Vivi num tempo que, em muitos aspectos, foi idêntico ao do meu pai e ao do pai dele. Fui indireto contemporâneo de vidas muito antigas, longe, longe demais das digitais gerações." pag 37.
"E nós lá, um ao lado do outro, intercalando beijos e olhadas nas estrelas." pag 85.
Com doçura e saudade , Carlos nos encanta ao narrar suas histórias. Fosse como fosse, a vida era vivida em seus detalhes , com  atento e profundo olhar sobre  as coisas e a vida. Parece-me que o autor não só colecionou amigos. Também ,como que num pequeno diário, guardava suas memórias.O que se lê, são delicadas andanças pelo interior do mundo habitado por Carlos, que achou a dimensão exata , revelando-se um "pescador de sentimentos e emoções."

domingo, 25 de setembro de 2011

Leveza de Ser- Instalação- UNIRIO





Exposição na Galeria de Arte UNIRIO.
 É uma instalação.organização que ocupa o ambiente. O observador ao se deparar com esta única obra, no centro da galeria, reage.Há uma alteração em sua experiência tempo/espaço e uma proposta de interação com o trabalho.
                   espaço+  matéria bucha vegetal tingida+ espelho + o fruidor= obra.




Ao entrar no espaço expositivo, um de cada vez, a pessoa aproxima-se do espelho. A princípio se vê de ponta-cabeça e continuando o caminhar até a obra, se percebe dilatado, maior e se depara com os dizeres " leveza de ser eu". São letras miúdas que quem quer ler, chega bem perto, e é só então, que a obra se faz.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tempo de Leitura- a máquina de fazer espanhóis-valter hugo mãe

aquilo que não se pode mais fazer- uma dose de renúncia- melancolia- o lugar para onde a família leva o idoso- as experiências vividas- um "novo" quarto, um novo lar, o asilo
 que fim levou, sua inscrição no tempo, na vida e na história?-
liberdade/censura
jack messy no livro -a pessoa idosa não existe, o autor , na sua visão psicanalítica diz:  "... o desejo não tem idade". explica que a pessoa após vivenciar tantas experiências em sua longa vida, é seu organismo que envelhece, mas torna-se imprescindível que ela responda às necessidades do dia-a-dia. assim é que os passeios, os amigos, as atividades culturais, como jogos,  dança, música e teatro, são atividades que se deve praticar frequentemente.
    valter hugo mãe, parece já ter vivido muitos anos e do alto de seus  84 anos, escreve  a máquina de fazer espanhóis,onde como narrador, encontra-se esvaziado de sabedoria ,e que está onde não quer, mas que sendo "livre", é ali que deve ficar, no asilo. a perda de sua mulher não lhe sai da lembrança e é só, que tenta viver seu luto, sua saudade. passado o luto, ele conquista amigos e se diverte.
..."que importa a um homem de cem anos que o tempo passe. a mim importa-me é que não teime passar, que fique quieto, o estupor do tempo, e que me deixe ir dar as minhas voltas..."pag 124
..." nos punham de boca fechada porque o ditador achava que sabia tudo por nós," pag 132
..."ia-me desencantando com tudo, mas do que descobrir opções ou saber colocar-me bem, eu sabia sobretudo que progressivamente todas as coisas perdiam colorido e se tornavam como que fardos perante os quais nos soterrávamos mais e mais sem refilar" pag 135
..." esticou-se ali , a dividir as pontas da almofada comigo e subitamente ficou quieto, silenciado, como se tivesse vindo pedir colo à mãe, ao pai, como se fosse criança e tivesse medo do escuro." pag 139
Era um anjo
..." não gosto dessa teoria dos peixes, porque assim não se lembraria de mim" pag 240
.
"...era tanto quanto família.era uma irmandade de coração, uma capacidade de se ser leal como nenhuma outra..." pag 244
"... o amor podia ser outra coisa, como uma energia entre pessoas, indistintamrnte, um respeito e um cuidado pelas pessoas todas."
"...e eu acabara de aprender que a vida tem de ser mais à deriva, mais ao acaso, porque quem se guarda de tudo foge de tudo." pag 245

sábado, 17 de setembro de 2011

Ferreira Gullar

Era uma tarde agradável, dia 11 de agosto, as 15:00 horas. Fui ouvir Ferreira Gullar. Logo de início fiquei  encantada com sua performance. É que, para chegar ao palco de onde falaria, Gullar subiu uns seis degraus, com a ligeireza de um garoto peralta! E eu disse -OH!que danado!!! Daí pra frente foi só
encantamento.Contando de sua vida , engajamento político e de seu exilio , estando em Buenos Aires passou a pensar que teria que vomitar sua vida. "Só que naquele dia, não conseguiu vomitar. Terei que provocar o vômito?" No outro dia nada também.
Então Gullar começou a falar seu "Poema Sujo" que eu não preparada para ouví-lo naquele momento, ouvi ruidos de quando temos ânsia de vômito-ele falou bem perto do microfone com voz forte:
turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos menos escuro...
Segundo ele este poema não tem início nem fim e eu pensei - é só o começo , quando o vomitado ainda não veio.No Poema Sujo, cria metáforas- corpo da cidade/seu corpo. Movimentos reais e imaginários.

Contou-nos que numa certa ocasião, foi assaltado por um jasmineiro. Na casa da namorada, ao passar pelo jardim, foi assaltado pelo cheiro de jasmins." Era até agressivo!" Arrancou algumas flores , apertando-as na mão, até chegar a casa. Cheirava  aquelas flores esmagadas que exalavam odor forte e pensou em fazer um poema. Naquela noite o poema não veio. No outro dia saiu... As pessoas que o assistiam queriam que ele falasse desse assalto, mas o poeta não se lembrava ".Isto foi em 1977."
O tema de hoje,  é sobre Poéticas da arte. 
Comentou sobre o ACASO na Vida e na Arte. Disse que foi convocado pra ir representar o Brasil na Feira de Frankfourt e ficou na duvida se iria ou não. Mas foi. Lá, no meio de tanta gente, disse ele-"Encontrei Claudia , que se tornou minha companheira" Foi o acaso que supriu uma necessidade.
Na arte também é assim. Se o pintor sai dos ismos , onde as exigências fazem constatar onde está encaixado o artista, ele entra no seu tema e dá lugar para o acaso. Ele não sabe para onde aquela pintura o levará.
Claro que o poeta deu um show de apresentação e de simpatia. Eu, bem... quero só registrar que estava lá e gostei muito do que vi e ouvi.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Feira Internacional de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro

Se somarmos as obras de 700 artistas ,aos outros de 83 galerias do Brasil  e de várias partes do mundo,algumas representando 11 artistas, penso que dois galpões do Pier Mauá, não foram suficientes.Mas os galeristas estavam contentes com as vendas e os colecionadores comemoravam.
 Como fui hoje, domingo, soube que no 1º dia, o público foi de 35 mil pessoas ; no 2º dia, passaram pela feira, cerca de 50 mil pessoas
.Por parte do público,  muitos perguntando: de quem é essa obra? As pessoas dos "stands" respondiam  gentilmente, e informavam que não havia nomes, porque as vendas eram rápidas e não dava tempo... Uma outra galerista disse que era para que o visitante procurasse o responsável em cada estande e outros disseram que na próxima vez, colocarão os nomes dos artistas nas obras.
 Para os colecionadores, que estavam satisfeitos com a organização e os galeristas com as vendas, o evento foi ótimo!
Quando saí da exposição, tive uma vaga ideia do que é uma Feira de Arte Saiu na revista Veja, um guia e quem não foi para comprar obras, o público, em sua maioria, se fartou ao encontrar, perguntar , perturbar-se , na busca de realizar seu intento - apreciar arte.E valeu muito!
 Esta foi a primeira Feira no Rio .Ano que vem tem mais! Com certeza muito melhor!
Obras de Ana Vidigal- Potugal

Obra de Matt Mullian- Pastel de óleo sobre tela e colagens de tecidos.

                                                  

 Ascânio
MMM
                                        Beatriz Milhazes



Rauschenberg
                                                                                                                   Ivan Serpa

Ligia Pape



Fernanda Quinderé



Hélio Piticica

Marcius Galan

RaulMourão

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Ivan Navarro Puerta del Sol