Raul Pompéia escreveu Canções sem Metro. Ele é o precursor do verso livre no brasil, onde dominava a métrica parnasiana. Os poemas em prosa foram escritos a partir de 1883, em publicações periódicas. São 33 textos e em todos há epígrafe de um poema, como o de Dante, Baudelaire, Shakespeare, Victor Hugo e muitos outros.
A última canção sem metro intitula-se "Conclusão".
A última canção sem metro intitula-se "Conclusão".
Epígrafe de um poeta e teatrólogo francês de 1202
No mundo cada criatura,
Como que livro e pintura, É para nós espelho!
Da nossa vida, nossa morte,
Nosso estado, nossa sorte
Um símbolo fiel.
“Conclusão”:
Estrela, nuvem - nuvem que passa, estrela que arde.
Sobre o céu eterno destaca-se bem a antítese destas criações
diversamente efêmeras do Mistério. Supremo ensino das
cousas!
Em vivo contraste, sobre o fundo obscuro do tempo
intérmino - a nulidade real dos múltiplos aspectos
cambiantes das existências.
O céu, como uma fábula, tem esta moralidade.
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