sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quem foi RAUL D'ÁVILA POMPÉIA?




                             
                                QUEM FOI RAUL D’ÁVILA POMPÉIA?

                          
Raul Pompéia nasceu em Angra dos Reis, RJ. ( 12 de abril de 1863- 25de dezembro de 1895).
 Seu pai era homem de posses e advogado.
 Fez seus estudos até o secundário no Rio de Janeiro, no Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas. Médico formado em 1847 no Rio de Janeiro, mas que seguiu seu talento como educador, lançando várias obras pedagógicas , fundando em 1845 o Instituto Literário da Bahia, (como se fosse uma Academia de Letras), promovendo saraus, roda de leituras e discussão de ideias onde eram convidados os escritoras e pessoas que apreciavam o movimento literário da época.
Abaixo, o Colégio Abílio Cesar Borges, fundado e dirigido pelo educador.




 Nesse colégio redigiu e ilustrou o jornal “O Archote”. Completou seus estudos de humanidades no Colégio Pedro II e ali publicou seu primeiro livro em 1880, que fora escrito no Colégio Abílio, sob o título “Uma tragédia no Amazonas”, obra romântica com final trágico. Neste mesmo ano passa a demonstrar seu espírito crítico e rebelde, participando de manifestações e no folheto “Um réu perante o povo”, publica suas inquietações.
Cursou Direito em São Paulo e concluiu o curso em Recife, onde teve intensa atividade intelectual, escrevendo uma série de divagações sobre a vida, dentro de uma filosofia pessimista e amarga, com o título “ Alma Morta”.
Idealista combativo engajado no movimento abolicionista e nas questões políticas, proclamando sempre ideais republicanos.
Colaborou com José do Patrocínio na Gazeta de Notícias, onde publicou seus escritos: poemas em prosa, intitulados “ Canções sem Metro”, que veio a ser publicada como livro em 1900. (obra póstuma)
Romancista, contista, cronista, jornalista, funcionário público, foi também professor de Mitologia na Escola de Belas Artes e em 1894, foi Diretor da Biblioteca Nacional.
Em 1888 escreve “ O Ateneu “, que para os críticos retratava a situação política e social do Brasil. Viveu no período dos últimos anos da Monarquia, da escravidão e o início da República, em 1889. No “O Ateneu”, relata sua história dos dois anos estudando no Colégio Abílio, onde os alunos viviam em constante julgamento, sendo Sérgio (o autor) o narrador já adulto. Em sua narrativa denuncia o regime patriarcal em que “ o senhor do engenho e o dono de estância são substituídos por um diretor de colégio”.
Na obra, faz vários comentários sobre a doçura feminina dos colegas e até dele mesmo, quando retrata o “engomadinho”, o Almeidinha p. 70, o Cândido, Sanches e “ eu desejei um protetor, alguém que me valesse...”p.120
Há quem atribua o seu modo, as vezes, negativo de escrever às suas próprias frustrações na política e na vida pessoal. Mas há também imagens traçadas de forma romântica e lírica. Belas narrativas que compõem paisagens, decoração de ambientes e sobretudo quando nos conta sobre a beleza de Emma, a mulher do diretor- “formas alongadas por graciosa magreza, erigindo, porém, o tronco sobra quadris amplos...”
Raul Pompéia  tinha o estilo de prosa literária característica do realismo (1881-1902), pensou-se a princípio que pertencesse ao Naturalismo, depois falou-se em realismo e também em impressionismo, onde une a plasticidade de sua narrativa ao uso da primeira pessoa, ausência de conectivos, retratando a psicologia dos personagens na vida infantil e sempre recorrendo a memória.
Prédio de 40 janelas que a noite parecia um castelo fantasma.
Inquieto e extremamente sensível, Pompéia sentia-se muitas vezes só, abandonado, injustiçado e deprimido.
Encorajado talvez por seu pai, que ouvira suas histórias de horrores no internato, tornou-se um anarquista, juntando-se aos colegas, ainda muito novo, convocando-os para lutarem contra o autoritarismo, numa ação que rejeitava tudo que lhes fosse imposto sem que pudessem opinar. Quando adulto e desenvolvendo sua forma crítica de ser e agir, continuou com suas atitudes denunciando a coerção e importando-se mais com a ajuda mútua, Era a favor da ordem e da não violência.

Um comentário:

  1. otimo o seu blog e a postagem..revivendo nossos brasileiros ceci

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