Na música de Arnaldo Antunes- o buraco do espelho- encontrei semelhanças desassossegadas:
já tentei dormir a noite inteira " De resto, com que posso contar comigo?
quatro, cinco, seis da madrugada Uma acuidade das sensações, e a compreensão
vou ficar ali nessa cadeira profunda de estar sentindo...
uma orelha alerta, outra ligada Uma inteligência aguda para me destruir... " p.51
o buraco do espelho está fechado "Mas que pensava eu antes de me perder a ver?
agora eu tenho que ficar aqui Não sei. Vontade? Esforço? Vida? Com um grande
com um olho aberto, outro acordado avanço de luz. Sente-se que o ceu é já
ao lado de lá onde eu caí quase todo azul. Mas não há sossego" p.73 F.P.
pro lado de cá não tem acesso
mesmo que me chamem pelo nome
mesmo que admitam meu regresso
toda vez que eu vou a porta some
..."todas sa grandes tragédias da minha vida.
Nessa região indeterminada, sombria, de
florestas e sons de água toda, neutral até
ao ruído das nossas guerras, decorre
aquele meu ser cuja visão em vão procuro..."
p.501 F.P.
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