quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Livro dos Abraços

O Livro dos Abraços
Eduardo Galeano

Numa linguagem simples que nos cativa logo nas primeiras linhas, Galeano vai contando histórias que acabam sendo as nossas histórias também. Quando estamos lendo "O LIVRO DOS ABRAÇOS", vamos traçando com ele nossas vidas cheias de momentos inesquecíveis. Logo na página quinze, o menino diz para o pai, diante do mar, o tão desejado momento: "Me ajuda a olhar!
O livro é cheio de casos interessantes como A Noite p. 90- "Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta."
Há uma diversidade de temas com textos maravilhosos onde conta sobre:
 *-o medo da ditadura e o medo daqueles que sabiam tanto e nada podiam dizer. Daí o medo de falar da ditadura que já terminara mas que ocultava a sujeira na memória.
*-o sistema que não funciona, terminando esse texto  "O dinheiro é mais livre que as pessoas.
                                                                                  As pessoas estão a serviço das coisas."
*-a forma como a TV escraviza o homem e faz dele um ser patético, sentado numa poltrona.
*-um poço mágico onde nele tudo se via. Ocorreu a Fernando que aquilo era a televisão.
*-Montevidéu, Nova Iorque, México, têm suas histórias.
*- um japonês que mudou seu nome sessenta vezes para comemorar seus sessenta aniversários e diz que se isso fosse no Uruguai, o japonês seria enjaulado como um louco.
Já no final da obra faz um belo pedido:
..."Não tenho nenhum deus. Se tivesse, pediria a ele que não me deixe chegar à morte: ainda não. Falta muito o que andar." e é um menino que diz:... - "Eu não quero morrer nunca, porque quero brincar sempre.!"
Como ilustração, o livro tem obras lindíssimas. São desenhos em nanquim. Não sei se são do próprio autor.
Gostei da leitura e Galeano encanta porque vem trazendo fatos que estão na sua memória e fala deles com o coração.

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