“ O Ateneu “ de Raul Pompéia- 1ª
Parte
Com 11 anos, Sergio matriculou-se
como aluno externo, no Colégio Ateneu cujo diretor, um renomado pedagogo de
formação, muito se preocupava com a ética, a moral e os bons costumes. Era
severo.
Passado pouco tempo o menino
passou a ser interno no educandário. O diretor Aristarco era famoso por suas
atitudes e seu empenho na educação dos meninos. Ele era ovacionado por ocasião
das festividades que o colégio programava. Em muitas ocasiões aparecia para
receber condecorações e o povo gritava Ateneu! Ateneu! P.42 O diretor tinha
obsessão por sua própria imagem. Sergio sentia-se orgulhoso por estar em vias
da conquista do desconhecido.
Era dia de apresentação dos
exercícios de ginástica e ...” a bela farda dos alunos de botões dourados,
infundia-me a consideração tímida de um militarismo brilhante, aparelhado para
as campanhas da ciência e do bem.” P.43
Nesta ocasião tomou a palavra o
professor Venâncio que enalteceu o colégio e disse estar o diretor abaixo de
Deus. Isto deixou o menino
Sergio, muito impressionado.
O estilo do autor - o realismo e
o impressionismo. De um tempo que passou interno, vendo e sofrendo todo tipo de
crueldade, medo e ameaças, Sergio tornou-se um anarquista. Adotou comportamento
que tentava banir de sua vida todo tipo de governo. Passou a não aceitar
ordens, não reconhecer hierarquia, que não fosse aceita realmente.Sergio
admitia que a organização seria importante, como também a ajuda mútua.
Os pais queriam seus filhos no
Ateneu, onde receberiam dessa fonte espiritual.
“...a paisagem é a mesma de cada
lado beirando a estrada da vida.”
Nas apresentações os alunos iam
para o meio do campo e faziam perfeitas manobras e o professor também
impecável, dava as ordens que os alunos obedeciam e logo após, faziam as
apresentações nas barras.
“...tudo era um triunfo
espetaculoso da saúde,da força, da mocidade.” P.47 O diretor era só simpatia e
formosura. Um “...um ator profundo, realizava ao pé da letra, a valer o papel
diáfano, sutil, metafísico, de alma em festa e do seu instituto.” P. 48 Só
demonstrou tristeza quando seu filho, que era republicano recusou-se a beijar a
mão da princesa. Seu pai não disse uma palavra mas retirou-o da festa com seu
olhar. Quando anoiteceu houve toque de recolher e a noite houve baile. O Ateneu
todo iluminado. Sergio foi com seu pai conhecer o diretor. Foram bem recebidos
mas o que mais cativou o garoto, foi D. Ema que muito simpática perguntou nome e idade- 11 anos. Ela na conversa com o
pai de Sergio falou sobre a solidão que viviam os meninos no internato.
E Sergio comenta sobre o diretor:
“Seus arroubos eram mentirosos e... No âmago de cada sorriso morava-lhe um
segredo de frieza que se percebia bem.” P.54
Todos no colégio sabiam que
Sanches era o explicador de Sergio e andavam sempre juntos” certo dia veio
falar-me com voz colante e chegou sua boca no meu rosto.. Fingi que não
entendera nada e a pretexto de buscar um lenço saí dali.” p. 78
De todos os males que o colégio
em sua pedagogia combate, o pior é a imoralidade. “Estejam tranqüilos os pais!
No Ateneu, a imoralidade não existe.” P.56
E Sergio fala de seu pavor: “Eu,
encolhido, fazia em superlativo a metáfora sabida dos varas verdes.” P. 56
As famílias enviam seus filhos
aos colégios internos porque não consegue educá-los. Ao colégio os pais pedem
severidade.
“Olhe um conselho; faça-se forte
aqui, faça-se homem.” P.61 Os fracos perdem-se. Diante de uma repreensão ou de
uma nota baixa, todos fartavam-se de desprezar. P.63
O caolho do Barbalho
abordava constantemente o Sergio, até que ele
perdeu a calma e atirou-se sobre ele. Foi briga feia. Ficou com o nariz
sangrando. O regente chegou
e Sergio
estava chorando.Sentia saudade de casa. “...o abandono aparas das crianças sem
lar que os asilos da miséria recolhem.” P.65 Na página 66, fala de dissabores e
amargura. Alguém o empurrou na piscina e quase se afoguei, não sabia nadar.
Sanches o salvou. “Depois entendi que o perverso era ele mesmo. Que se fez de
bom e me salvou”. Embora sabedor disso, Sergio fez com ele amizade.
No Ateneu se andava em duplas
para tudo, sempre sobre as vistas de um vigilante. Esse auxiliar era escolhido
entre os alunos que eram os melhores nas diferentes atividades.
O diretor escolheu entre os
alunos quem seria seu genro e esse prêmio foi para Rômulo.
“Depois que deixei minha
ingenuidade, caí num vácuo profundo.”
“Eu desejava um protetor, alguém
que me valesse, naquele meio hostil e desconhecido, e um valimento direto mais
forte do que palavras.” P.69
“...sentia-me possuído de certa
necessidade preguiçosa de amparo, volúpia de fraqueza em rigor imprópria do
caráter masculino.” P.70
Sergio sentia-se pequeno diante
da destreza dos outros colegas e foi Sanches que novamente veio salvá-lo.
Aprendeu com o amigo geografia, gramática e mais todas as lições propostas em
sala de aula. Sergio observou que ao lerem juntos, Sanches passou a ler muito
junto dele, no seu livro e falava coisas ao seu ouvido com respiração cansada.
Apertava os dedos de Sergio com firmeza e tinha gestos inoportunos. Quando
alguém passava ele tomava outra atitude e isso foi o que chamou a atenção de
Sergio. O amigo havia proposto que Sergio sentasse em seus joelhos e se não
fazia o que fora pedido o amigo o ameaçava de não mais o orientar. “ Certo dia
fez-me ouvir algo que remetia a ser ele um pretendente.” Sergio riu e entre os
dois foi criando uma distância.
O diretor iniciou um curso de
cosmografia e Sergio passou a freqüenta-lo. “Vêm, dizia, explicando, vêem a
minha mão aqui? É a mão da Providência.” P. 79 O dia de entrega das notas era
um terror pois era feito na frente de todos os alunos. “Descarregava com o
livro às costas do condenado, agravante de injúria e escárnio à pena de
difamação” p.82
O diretor passou a ler as notas
de Sergio- “ Aquele sofrimento eu o desejava, na humildade devota da minha
disposição atual.” P.83
Sergio passou a viver só e
Sanches o ameaçava deixando suas pernas roxas dos golpes” ...as canelas me
inchavam.” P.89
Franco era amigo a quem Sergio
considerava. Percebeu que nesse dia ele fora condenado a não ir ao recreio e
ficara de joelhos. Todos que passavam faziam algum mau trato até que ele foi
empurrado caiu e chorou. De tanto copiar castigos, tinha calos nos dedos. No
episódio de jogar cacos de vidro no lago para vingar dos colegas, seu intento
não foi concluído devido as chuvas, quando os alunos não podiam tomar banho no
lago.
Fui iniciado por Sanches ao Mal e
a Punição por Barreto.
“... criança que comungava sem
ter se confessado, foram passados em dois cilindros e reduzidos a pasta. Era um
terror! Descreviam o inferno como se já tivesse visto.
Comecei a achar a religião
insuportável. Rezava, estudava, jejuava e no final nota má! “Era um descrédito
para o favor divino.” P.100
Um criado veio buscar Sergio que
partiu calado para sua casa e ele foi pensando em falar co seu pai como era de
fato a vida no colégio e pedir auxilio para reagir.
Após isso fez-se um anarquista.
Para a reação desprezava prêmios e aplausos e todos viam a emancipação de
Sergio. “Desenvolveu-se uma antipatia por mim, que era como uma consideração.”
Certo dia o jardineiro da casa do
diretor entrou com barra de ferro e matou o criado da casa por causa do amor de
Angela que dizia amar os dois. Alguns alunos foram até a copa para verem o
morto, mas foram chamados pela sineta. Sergio ficou ali pois queria ver um
morto.p.110 “Angela passou e eu a apreciei e ela “ ... consciente da formosura,
abusava.” P.111
E Sergio descreve Angela para seu
amigo Barreto:
“...aquela virtude, aquela
meiguice, aquela esquiva candura, aquela nubilidade melancólica, aquela
fisionomia honesta, pesarosa talvez de ser amável, fendia-se em dois batentes
de porta mágica e rodava em explosão o salvert das lascívias.” P.111
2ª Parte
“O Ateneu”ª de Raul Pompéia
A matrícula de Nearco da Fonseca, um grande ginasta, veio trazer algumas mudanças na rotina do colégio. O novo aluno fez belíssima apresentação nas barras sendo bastante aplaudido. Na retórica Nearco era também muito bom. O conhecimento literário que possuía aumentou seu prestígio.
“ O gesto incisivo, mais a facúndia desimpedida, mais o talento histórico dos paralelos, consagrou a primazia do gremista.” P. 118
O presidente da sociedade, Dr. Claudio era quem em sessão solene pronunciava enorme discurso, era o pronunciamento oficial.
Sergio não tinha pendores para os jogos : queimado, bola de gude, bocha, exercícios de competição nas barras- seu divertimento era ler na biblioteca. Lá fez amizade com Bento Alves e Júlio Verne. Sergio cita todos os autores que lia. P. 119 Bento Alves era forte e bravo, tinha 18 anos e Sergio diz que o estimava femininamente. Bento o orientava sobre literatura e ameaçava quem pudesse desrespeitar “seu irmão adotivo.” P. 121
Na 1ª sessão do grêmio Dr. Claudio falou sobre literatura desde Gregório de matos até José de Alencar. Na 2
ª sessão falou sobre arte em geral. “Arte, estética, estesia é a educação do instinto sexual.” Falou também sobre o desejo de nutrição; início da humanidade; guerras; violência; de Adão; sexo e paradoxo; arte da eloqüência. Faz a pergunta:
“Qual é a missão da arte?... além de inútil, a arte é imoral. ...cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana- acima dos preceitos que se combatem acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase.” p.132
Alves passou a cercar Bento de atenção, oferecendo presentes, acompanhando-o por toda parte, mandou flores e ainda noutro dia chegou um bilhete dizendo por onde andava.p. 134
Sergio sente tédio no colégio e esse sentimento cresce no período das férias.
Comenta sobre jogos de cartas proibidos; faz belo comentário sobre coleção de selos: “retangulares, octogonais, redondos, elipsóides, alongados verticalmente, transversalmente, quadrados, lisos, dentados, antiguíssimos ou recentes, ingleses, suecos, da Noruega...p.137
Sobre a brincadeira que davam pequenas pancadas que eram os códigos, sinais que falavam, ela foi descoberta por Silviano que acabou com aquela quantidade imensa de fios, que constituía o telégrafo. Isto ajudou a aumentar o tráfego de bilhetes entre os colegas.
Em época de férias são maiores os sofrimentos. P. 140 O papagaio solto na rua, visto do pátio, pelos alunos, meninos cativos.
Narra o desentendimento com Rômulo.
Sobre a exposição dos desenhos: “Eu fizera o meu sucessozinho no desenho, e a garatuja evoluíra no meu traço, de modo a merecer encômios.” P. 149 Trabalhou no desenho vários dias sem ser merecedor de moldura como aconteceu com os melhores. O pior foi vê-lo na parede exposto e riscado. Ele o arrancou e rasgou. P. 150
3ª parte –“O Ateneu” de Raul Pompéia
Sergio passou a perceber como era na realidade o colégio onde estava internado; o despotismo da administração. Passou também a sentir e entender que os limites que sofria em sua própria casa, o faziam um escravo. O que salvava, para ele eram os passeios, quando saíam do colégio pela madrugada e iam caminhando até o Dois Irmãos, caminho pelo Corcovado até chegar a Caixa D’água. O diretor convocava nessas ocasiões a banda de música que animava os alunos nessa prazerosa atividade.
...”Na volta estavam suados... enquanto reverberava o dia lá em baixo, sobre as casa, pelos jardins nublados da vaporização de estio, sobre a vegetação das montanhas e florescer das tristes flores da Paixão da aleluia.” P.155
Faziam outro passeio que Sergio considerava maravilhoso: era no Jardim Botânico e lá era servida a refeição, organizada pelos pais dos alunos. p.160. Mas parecia que era preciso estragar esses bons momentos, sempre com punições. O diretor convocou os alunos para o pátio e com voz grave comunicou que a imoralidade havia entrado naquela casa. Ele tinha nas mãos uma carta assinada por Cândida e nela estava escrito um poema de imoralidade. É que o colega Cândido havia feito uma estripulia, mas ninguém o denunciou. O diretor fez ameaças e prometeu punir ufanando-se de perspicácia de inquisidor. P.161
Havia medo e pavor
Sergio sempre fazia o caminho da Biblioteca e numa dessas vezes, encontrou seu amigo protetor Bento Alves, que sempre o espreitava. Desta vez percebeu que “...seus olhares denunciavam um reflexo assustador de loucura em seus traços.” P. 162 Sergio preocupo-se com essa aparência do amigo. Já vinha percebendo que Bento falava coisa em seus ouvidos para fazer graça r que certa vez beijou-o quase na boca. Certo dia Bento lançou-se sobre ele e este alcançou um sapato e atingiu-o por várias vezes no rosto, na boca, na cara. Com aquele barulho o diretor acorreu ao local mas bento escapou rapidamente todo sujo e machucado. Quando perguntado sobre o que acontecera, Sergio respondeu que estava tudo bem, embora que estivesse todo sujo também. O diretor sentindo-se enganado, agarrou Sergio e o sacudia, dizendo ser ele um insolente, um desgraçado. Naquela situação Sergio arrancou alguns fios do bigode do diretor, que retrucou : “Eu posso matá-lo!”
“Ah! meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai e os parricidas serão malditos.” P. 163
Sergio ficou tão assustado, nervoso e culpado, que desatou a chorar. À partir dessa hora aguardou o castigo que não veio.
Quanto a Cândido não teve a mesma sorte. Todo os alunos foram chamados, cerca de 3000, todos os professores e encarregados e o diretor pediu que Cândido Lima se levantasse e então com voz grave disse à todos: “Apresento-lhes, meus senhores, a senhora D> Cândida, acrescentou com uma ironia desanimada.” P.164 Chamou depois também Tourinho que era o cúmplice e depois convocou os auxiliares que ajoelhassem no centro da sal.
“Estes são os acólitos da vergonha, os co-réus do silêncio.” P.165
O boato é que todos apanharam.
Ouve-se no pátio tremendo barulho, os alunos aos faziam aos gritos de revolta um veemente protesto. Muitas vais, um tumulto geral. Os inspetores chegaram e foram recebidos por uma chuva de goiabada mole de bananas. O diretor reunir seu estafe e não sabia se punia ou expulsava. Expulsando poderia falir.
Era hora da ceia e soube-se que o diretor havia se rendido. Diante dos alunos mandou vir muitas latas vazias de goiabada legítima de Campos e apresentava-as aos alunos dizendo que “quando quiserem podem reclamar porque aqui estou eu vosso pai.”
Quanto ao seu colega Egbert, Sergio considerou que havia conhecido o que era a verdadeira amizade. Estavam sempre juntos, iam ler no prado onde deitavam suas cabeças um nas pernas do outro, falavam de todos os assuntos e tinham muitas afinidades.
Da ociosidade gera o vício de sentir.
Com Sanches: escravidão preguiçosa da inexperiência e do temor.
Com Bento Alves: do lado de Sergio havia gratidão, vaidade feminina de dominar pela fraqueza.
Egbert- foi amigo e merecia de Sergio a ternura de um irmão mais velho.
O autor faz uma levantamento de todas as leituras feitas por Sergio e seu amigo Egbert. Sofreu quando o amigo foi chamado pois estava envolvido num processo. p 173
.Quando Sergio, por prêmio foi convidado a ir a casa do diretor sentiu-se muito bem acolhido por Ema que lhe deu toda atenção, segurava suas mãos e Ele mal podia olhar para ela.
Sentir-se homem e a amizade com Egbert embora que continuasse, passou a ser mais superficial e acabou esfriando.p.176
Época de provas. Fala do terror dos alunos. Sentia febre e palpitações. Sem apetite nem sono. Fala de todos os aparatos sociais contra uma criança. P.178 descreve os examinadores, o ambiente e o desespero dos alunos.
Narra o sonho que teve com Ema e como ficou bem ao acordar.
Continuava cordial com Egberto, mas sentia que faltava algo “...como se houvesse em mim uma selvajaria amordaçada de afetos.” P.181
Sergio foi transferido para o dormitório dos mais velhos. Muitas vezes não sentia vontade de descer para o pátio e ficava silencioso em sua cama ouvindo a conversa dos colegas, dormindo ou pensando impaciente: “Que desejava eu?” p.182 Quando às vezes descia...”e eu cruzava de passos frenéticos o pátio, sôfrego, acelerando-me cada vez mais, como se quisesse passar adiante do tempo.” P. 182
Nos comentários dos colegas “chamavam-me a mim o Sergio do Alves”. P.183
Fala dos homossexuais, fala de Angela e conta sobre as saídas furtivas que de dois a dois os colegas desciam por lençóis retirando grades da janela para passeios no jardim. Sergio teve anciã de denunciá-los mas não o fez. Também não tinha coragem de agir como os demais. Então pensou em vingar-se de Rômulo desde aquela briga passada e no dia de ficar de guarda para o colega sair para o passeio da madrugada, Sergio esperou que Rômulo descesse e retirou os lençóis e fechou bem a grade da janela, deixando o colega lá embaixo que gritava por todos que dormiam. Era noite de chuva forte e o diretor o encontrou em estado lastimável, Não houve punição pois Rômulo era candidato a genro do diretor. P.186
O autor narra novamente outro discurso do Dr. Claudio, abrangendo todos os assuntos e sempre finalizando com lições de moral “...o internato é útil; ...os caracteres que triunfam trazem ao entrar, o passaporte do sucesso, como os que se perdem, a marca da condenação. ...Erro grave combater o internato.” P. 190 Durante esta conferência Sergio lembrava-se do amigo Franco. Em várias ocasiões o colega estava preso, por ter notas baixas ou alguma peripécia. Saiu dali, entrou em lugar úmido cheio de sujeira e ratos e lá estava Franco, com febre e em estado lastimável. Foi ao encontro do diretor e narrou o quadro em que se encontrava o amigo e meus terrores. Quando chegou no domingo, Franco estava morto. “...não convinha ao colégio o aparato de um grande enterro, pregão talvez de insalubridade.” P.192 Mas com essa morte, alguns alunos com febre foram para suas casas.
Pouco tempo depois o Ateneu estava em festa. O diretor recebeu de presente o seu busto em bronze, diante de quatro mil pessoas. P.193 O busto foi coroado e quando teve oportunidade o diretor arrancou-lhe a coroa e lhe ocorria o seguinte pensamento: “O monumento prescinde do herói, não o conhece, demite-o por substituição, sopeia-o, anula-o.” p.203
Sergio teve febre e Ema cuidou dele. Deu alimentação, carinho e estava sempre presente ao seu lado. O pai e todo a família de Sergio viajaram para a Europa, deixando o menino por conta do diretor. “Éramos os reclusos das férias.”
“... forrou-me a língua um sabor desagradável de castanhas cruas. Seria isso o gosto do aborrecimento? P.207
Sergio foi melhorando e com isso perderia o carinho, a companhia de Ema, que era como uma mãe. Mas aqueles belos momentos foram tragicamente cortados com gritos de FOGO! O Ateneu ardia em chamas.
Entre os reclusos de férias estava o Américo vindo da roça e era como uma fera. Ele desapareceu e depois voltou com o pai, o correspondente e um criado. Foi pedido ao colégio que contra ele houvesse toda a severidade.
O colégio foi invadido por pessoas que socorriam, jogavam água até que chegada dos bombeiros.
O diretor à princípio meio atordoado achou que seria melhor mudar sua atitude e aceitava com dignidade “...o rigor da sorte.” p. 215
Sergio soube que o incêndio fora proposital e que Américo, o mais revoltado dos alunos reclusos nas férias, havia rompido o encanamento de gás.
Ele desapareceu e também Ema. p.217